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Princeton removerá nome de ex-presidente americano de faculdade

Por Folha de São Paulo

27/06/2020 16h24 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente da Universidade Princeton, Christopher L. Eisgruber, anunciou por meio de um comunicado neste sábado (27) que removerá o nome do ex-presidente americano Woodrow Wilson, que governou o país entre 1913 e 1921, da faculdade de políticas públicas e de um residencial estudantil da instituição.

O conselho da universidade decidiu que o "pensamento e as políticas racistas" do ex-presidente fazem com que o uso de seu nome seja inapropriado para "uma escola ou universidade cujos alunos e ex-alunos precisam se posicionar com firmeza contra o racismo em todas as suas formas", afirmou Eisgruber.

"O racismo de Wilson foi considerável e teve consequências mesmo para os padrões de sua época."

A Universidade Monmouth, em Nova Jersey, anunciou na semana passada que removerá o nome de Wilson do prédio da faculdade após funcionários, professores e estudantes afirmarem que o ex-presidente, além de ter visões "abomináveis" sobre raça, reinstituiu a segregação entre trabalhadores federais.

A decisão contrasta com um voto dos conselheiros de Princeton em 2016 para manter o nome de Wilson, que foi presidente da universidade, em prédios do campus e em programas da instituição, apesar dos protestos de alunos que levaram a uma revisão do legado do ex-presidente na faculdade.

De acordo com Eisgruber, já havia planos de tirar o nome de Wilson do residencial estudantil, mas, em vez de "pedir aos alunos que se identifiquem com o nome de um presidente racista pelos próximos dois anos", a universidade vai "acelerar" o processo para a retirada de seu nome.

Desde que os atos pelo assassinato de George Floyd, um negro asfixiado por um policial branco em Minnesota, eclodiram no fim do mês passado, manifestantes têm destruído estátuas nos EUA e no mundo que homenageiam conquistadores e imperialistas como forma de mostrar revolta contra o racismo.

Na noite de segunda (22), manifestantes tentaram derrubar uma estátua do ex-presidente dos EUA Andrew Jackson que fica na praça Lafayette, em frente à Casa Branca, mas foram impedidos por policiais que usaram gás lacrimogêneo e de pimenta para dispersar a multidão.

Jackson foi um general do Exército americano, muitas vezes comparado ao presidente Donald Trump pelo estilo populista. Era conhecido por tratar os nativos americanos de maneira severa e assinou a Lei de Remoção dos Indígenas, que levou à realocação e morte de milhares deles no país.

Em reação à tentativa de derrubada do monumento a Jackson, Trump determinou ao governo federal que prenda qualquer pessoa que destrua ou vandalize "qualquer monumento, estátua ou outra propriedade federal nos EUA".

O presidente americano disse que os acusados poderão pegar até dez anos de prisão, com base em uma lei criada em 2003, batizada de "Veterans' Memorial Preservation Act", que busca proteger homenagens a militares que lutaram em guerras.

Há poucos dias, a cidade de Nova York anunciou que removerá uma estátua de Theodore Roosevelt, que presidiu o país de 1901 a 1909, da porta do Museu de História Natural. Na imagem, ele aparece montado em um cavalo, ao lado de um nativo americano e um africano, que estão a pé.

Estátuas de Cristóvão Colombo, o primeiro europeu a chegar à América, também foram atacadas nas últimas semanas nos Estados Unidos. Na Europa, houve ações contra homenagens a líderes do passado que fizeram fortuna explorando a escravidão e o colonialismo na África.

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