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Mulher protesta nua em cima de carro da polícia em rua do Irã

Por Folha de São Paulo

07/02/2025 13h30 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma mulher foi flagrada andando nua em meio a uma movimentada rua de Mashhad, a segunda maior cidade do Irã. Ela subiu em um carro da polícia, em aparente protesto que teria acontecido na noite de terça-feira (4).

Nas imagens compartilhadas nas redes sociais, ela aparece gritando com agentes armados enquanto sobe no capô da viatura, onde se senta e abre as pernas, conforme mostra o vídeo compartilhado pelo jornalista e ativista iraniano Masih Alinejad.

Enquanto a cena se desenrola, é possível ouvir motoristas buzinando enquanto passam em alta velocidade.

Um policial segurando uma arma automática parece se recusar a tocar na mulher e detê-la devido à sua nudez. A mulher grita e ergue os braços com raiva antes de o vídeo ser interrompido.

Um homem que afirmou ser marido da manifestante teria dito que ela foi levada para um hospital, de acordo com a mídia local.

Não está clara a motivação da mulher, mas postagens nas redes sociais atribuem a ação como um protesto contra as rígidas regras de vestimenta impostas às iranianas. Um novo projeto de lei está em trâmite no Parlamento para endurecer as regulamentações que definem como elas podem se vestir e agir em público.

Em novembro do ano passado, a ONG Anistia Internacional denunciou a prisão de uma estudante universitária no Irã que teria se despido pelo mesmo motivo.

Segundo a organização, ela foi presa de forma violenta na Universidade Islâmica de Azad, em Teerã. Um vídeo compartilhado nas redes sociais a mostrava sendo forçada a entrar em um carro com homens à paisana.

A Anistia Internacional publicou um vídeo em que a jovem aparecia sentada no campus usando apenas roupas íntimas e discutindo com um homem. Em determinado momento, ela começa a perambular pela área.

O canal no Telegram do veículo de mídia estudantil Amir Kabir afirmou que ela foi severamente espancada. Segundo o mesmo canal, a jovem estava sob perseguição do regime havia semanas. Ela teria tirado completamente suas roupas depois que essas foram parcialmente arrancadas por forças de seguranças e que seu hijab, o véu islâmico, foi rasgado.

Os dois episódios remetem ao que houve com Mahsa Amini, 22, morta em 2022 após ser presa pela polícia moral do país. Ela tinha sido detida por supostamente não usar o hijab. De acordo com a sua família, foi espancada até a morte pelas forças de segurança —o regime afirma que ela morreu devido a um ataque cardíaco.


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