Após mais de 25 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia anunciaram, nesta sexta-feira (6), a conclusão do acordo de livre comércio entre os dois blocos, durante a cúpula em Montevidéu, no Uruguai. O tratado visa a eliminação ou redução de tarifas comerciais, promovendo maior integração entre os mercados e aumentando as oportunidades de exportação, especialmente para o Brasil.

Benefícios para o Brasil

O acordo é visto como uma grande oportunidade para o Brasil, que deve ser o país mais beneficiado, com projeções de crescimento econômico de até 0,46% no PIB até 2040. Entre os principais benefícios para o Brasil está a eliminação ou redução de tarifas para 99% das exportações agrícolas, incluindo carnes bovina, suína e de frango, além de peixes e crustáceos. O acordo também prevê um aumento nas exportações de outros produtos brasileiros, como café, soja e sucos, que terão acesso facilitado ao mercado europeu. Em contrapartida, o Brasil poderá importar produtos como vinhos, veículos e medicamentos com tarifas mais baixas, favorecendo setores industriais e consumidores. 

Além disso, o acordo oferece benefícios diretos para o Brasil, como a redução de custos em insumos e bens de capital, o que pode tornar a indústria brasileira mais competitiva. O acesso ao mercado europeu, considerado "premium" pela sua exigência de qualidade e preços, deverá aumentar as exportações de produtos como carnes, grãos, café e sucos. 

Caminho para a ratificação

Embora o acordo tenha sido formalmente anunciado, ele ainda precisa ser aprovado pelos Parlamentos dos países do Mercosul e pela União Europeia, incluindo o Conselho Europeu e o Parlamento Europeu. Mesmo com os desafios pela frente, a assinatura do acordo representa um marco importante para a economia brasileira, que deve colher os frutos da maior integração com o bloco europeu nas próximas décadas.