Maduro oferece cooperação a Trump para capturar líderes de gangues na Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ofereceu ao governo dos Estados Unidos apoio para capturar líderes do cartel Tren de Aragua, informou a agência Bloomberg nesta sexta-feira (26). A proposta, enviada no início de setembro, veio acompanhada de uma carta a Donald Trump, na qual o venezuelano pede diálogo direto após a mobilização militar americana no Caribe. Segundo fontes ouvidas pela agência, Maduro indicou disposição para colaborar na localização de chefes do grupo criminoso, considerado prioridade pelo governo Trump.
Na carta, obtida pela Reuters, Maduro rejeita as acusações de que a Venezuela tem papel central no tráfico de drogas, alegando que apenas 5% da cocaína produzida na Colômbia passa por seu território. O líder chavista afirmou ainda que 70% das drogas foram neutralizadas pelas autoridades venezuelanas. “Espero que possamos derrotar as falsidades que mancharam nosso relacionamento, que deve ser histórico e pacífico”, escreveu Maduro, destacando a atuação do enviado especial Richard Grenell em negociações anteriores.
O envio da mensagem ocorreu quatro dias após um ataque americano a uma embarcação venezuelana, que Washington acusou, sem apresentar provas, de transportar traficantes. O episódio resultou na morte de 11 pessoas que, segundo Trump, eram membros da Tren de Aragua. Desde então, os Estados Unidos intensificaram operações na região, incluindo novos ataques a supostas embarcações ligadas ao tráfico, com a presença de navios de guerra, um submarino nuclear e caças F-35 no Caribe.
Enquanto Maduro tenta abrir um canal de diálogo, Trump reforça a pressão. Em sua rede Truth Social, o republicano exigiu que a Venezuela aceite o retorno de migrantes considerados prisioneiros ou “pague um preço incalculável”. Ao mesmo tempo, Washington aumentou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, acusado de vínculos com cartéis de drogas. O presidente venezuelano nega as acusações e afirma que os ataques têm o objetivo de desestabilizar seu governo.
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