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Líder trabalhista deve se tornar premiê da Austrália, indicam projeções

Por Folha de São Paulo

21/05/2022 9h35 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com a divulgação dos primeiros resultados das eleições na Austrália, projeções da mídia local indicam que o líder do Partido Trabalhista, Anthony Albanese, 59, deverá se tornar o próximo primeiro-ministro.

Caso as projeções se confirmem, o premiê Scott Morrison fracassou em sua tentativa de conquistar um quarto mandato consecutivo para a Coalizão Liberal, de centro-direita.

Ainda não está claro se os trabalhistas, de centro-esquerda, obterão a maioria dos assentos no Parlamento ou se precisarão formar um governo de coalizão com partidos menores.

"[O Partido] Trabalhista está com 72 e precisa de 76 assentos para governar. Há 11 membros independentes, cuja maioria apoia ação contra as mudanças climáticas", disse o analista da emissora ABC Antony Green. "Se os trabalhistas não conseguirem maioria, podem conversar com o Partido Verde ou com os independentes".

Morrison, 54, está no poder desde 2018. As últimas pesquisas disponíveis antes da eleição indicavam uma disputa apertada.

"Nosso governo entrega este país em uma posição mais forte do que quando o recebemos", afirmou Morrison a apoiadores ao reconhecer a derrota.

De forma inédita, a política externa chinesa e seu líder, Xi Jinping, deram o tom da campanha na Austrália, evidenciando a relação estremecida entre os dois países.

No mês passado, na mais recente crise diplomática, o regime formalizou acordo de segurança com as Ilhas Salomão, país na região do Pacífico Sul a apenas 1.600 quilômetros da costa nordeste da Austrália. O tratado coloca as forças militares chinesas à disposição do governo salomônico e eleva a tensão em torno de ambições de Pequim no quintal australiano, preocupação crescente nos últimos anos com avanços de Xi sobre o mar do Sul da China.

Antes mesmo de a campanha começar, correligionários do Partido Liberal já diziam, sem provas, que a China atuava pelo êxito de Albanese e que os trabalhistas, no poder, serão subservientes ao regime comunista.

Correligionários do virtual futuro premiê, por sua vez, acusam o governo Morrison de falhas na segurança nacional devido aos impasses com a China. O distanciamento entre o político conservador e Pequim foi sacramentado no ano passado com a assinatura de um pacto com EUA e Reino Unido para armar a Austrália com submarinos de propulsão nuclear.


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