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Líder palestino diz que Israel cometeu '50 Holocaustos'

Por Folha de São Paulo

17/08/2022 16h35 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os primeiros-ministros da Alemanha e de Israel condenaram nesta quarta-feira (17) os comentários do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que afirmou que os israelenses cometeram "50 Holocaustos" contra seu povo.

A declaração foi feita por Abbas em Berlim, na terça-feira (16), quando foi questionado sobre a proximidade dos 50 anos do ataque a atletas israelenses por militantes palestinos, nas Olimpíadas de Munique, em setembro de 1972.

"De 1947 até hoje, Israel cometeu 50 massacres em vilas e cidades palestinas, em Deir Yassin, Tantura, Kafr Qasim e muitas outras, 50 massacres, 50 Holocaustos", afirmou, fazendo referência a uma série de incidentes nos quais palestinos foram mortos por israelenses desde a Nakba —termo usado na Palestina para o êxodo em massa da população que fugiu ou foi expulsa de suas casas na guerra de 1948, que acompanhou a criação do estado de Israel.

Segundo um porta-voz do governo alemão, o gabinete do premiê Olaf Scholz convocou o chefe da missão diplomática palestina em Berlim para protestar contra a declaração.

"Para nós alemães em particular, qualquer relativização da singularidade do Holocausto é intolerável e inaceitável", escreveu Scholz no Twitter. "Estou enojado com as observações ultrajantes feitas pelo presidente palestino Mahmoud Abbas."

Já o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, chamou a afirmação de "desgraça moral". Em um post no Twitter, ele escreveu que "Mahmoud Abbas acusar Israel de ter cometido ‘50 Holocaustos’ enquanto pisava em solo alemão não é apenas uma desgraça moral, mas uma mentira monstruosa". "A História jamais irá perdoá-lo", acrescentou.

Em resposta, Abbas emitiu um comunicado no qual chamou o Holocausto promovido pelos nazistas alemães contra os judeus —no qual 6 milhões foram mortos– de "o crime mais hediondo na história moderna da humanidade".

SAUDAÇÃO NAZISTA

Também nesta quarta-feira, a polícia de Munique anunciou a prisão de um jovem de 19 anos que fez uma saudação nazista diante de uma delegação de atletas israelenses que participam do Campeonato Europeu de Atletismo.

Os 16 atletas visitavam um monumento erguido em memória das vítimas do atentado realizado em 5 de setembro de 1972 pela organização palestina Setembro Negro, nos Jogos Olímpicos de Munique, que matou 11 membros da delegação israelense.

Segundo um comunicado da polícia, os atletas não perceberam o gesto, que foi observado por agentes que os acompanhavam até o local.

Na Alemanha, a saudação nazista ou o uso de sinais como a suástica são considerados crimes e podem ser punidos com multas ou penas de até três anos de prisão.


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