‘Kirchnerismo roubou o dinheiro do povo’, diz líder do governo Macri no Senado
BUENOS AIRES - Um dos congressistas macristas mais ativo na época do governo da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), Federico Pinedo, é hoje o líder do governo na casa, terceiro na linha da sucessão presidencial argentina. O senador mais importante do governo Macri assegurou que os escândalos envolvendo ex-funcionários kirchneristas não o surpreendem.
O Brasil, como país vizinho, é sempre observado com atenção. Obviamente estamos acompanhando a situação política, tudo o que acontece no Brasil tem impacto aqui.
Não. Estamos denunciando a corrupção kirchnerista há anos, sobretudo em concessões de obras públicas. Os sobrepreços foram absurdos e ainda falta investigar muito. Os negócios com a Venezuela, por exemplo. Nós denunciamos o empresário Lázaro Báez (sócio dos Kirchner, preso em abril) em 2008. Roubaram o dinheiro do povo. Essa gente deve pagar pelo que fez.
Não vou dar nomes, é uma decisão da Justiça. Mas não tenho dúvidas de que enriqueceram às custas do povo. Recentemente anulamos a construção de uma estrada. O orçamento era de 3 bilhões de pesos, fizemos um novo concurso, e o custo baixou para 2 bilhões. Isso é um projeto, imagine o que roubaram.
É verdade. Foram meses difíceis, porque lamentavelmente o governo anterior dedicou sua última etapa a esconder a realidade. Além dos problemas estruturais, encontramos um mercado cambial controlado, falta de crédito internacional, calote da dívida, muitos problemas. Este primeiro ano está sendo dedicado a organizar o país, conter a inflação e equilibrar as contas públicas.
O aumento da pobreza é óbvio, porque vem do aumento da inflação. Não nos surpreende, mas nos preocupa. O principal objetivo do governo é alcançar a pobreza zero. A principal fábrica de pobres é a inflação, por isso nosso governo tem uma política anti-inflacionária. O governo anterior dizia que a inflação era boa, para manter alto o consumo.
É evidente que o setor mais próximo à ex-presidente Cristina Kirchner se transformou em minoria dentro do peronismo, que é a principal força da oposição. Veremos no ano que vem que peso eleitoral ainda tem.
No Senado, o kirchnerismo vota contra tudo, não existe diálogo. Mas o peronismo nos apoiou em várias iniciativas, como a designação de membros da Corte Suprema.
Não sei, mas é um grupo muito ideologizado, está no extremo do sistema político e o poder está no centro, não nos extremos. Se o kirchnerimo insistir em ser radical, ficará longe do poder.
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