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Israel envia mais forças ao Líbano; Hezbollah ataca norte

Por Folha de São Paulo

08/10/2024 13h45 — em
Mundo



JERUSALÉM, ISRAEL (FOLHAPRESS) - A guerra no Oriente Médio recrudesceu nesta terça (8), um dia após o aniversário de um ano do ataque do grupo terrorista Hamas a Israel, que disparou o conflito.

As Forças de Defesa de Israel enviaram mais uma divisão ao Líbano, invadido há uma semana, elevando para quatro dessas unidades em ação no vizinho. Com isso, pode haver mais de 15 mil militares envolvidos na operação terrestre.

Ela expandiu-se para áreas do sudoeste do país que ainda não haviam sido atacadas. O Exército israelense divulgou ter encontrado túneis em preparação para uma infiltração não muito diferente daquela que o Hamas, aliado dos libaneses, promoveu em 7 de outubro de 2023.

A força enviada é a 146ª Divisão de Reserva, que se une a outras três forças da ativa do Exército. Os bombardeios continuaram intensos, particularmente no sul de Beirute.

Neles, disse ter matado Suhail Hussein Husseini, o chefe da logística do grupo. A atual escalada de Israel, uma resposta ao apoio ao Hamas com disparos de foguetes durante mais de 11 meses pelo Hezbollah, dizimou a cúpula do grupo.

O líder, Hassan Nasrallah, foi morto na sexta retrasada ao lado de 20 integrantes da alta hierarquia da agremiação extremista. De lá para cá, mais comandantes morreram, e nesta terça o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que provavelmente também está morto Hashem Safieddine.

Ele era o herdeiro presumido de Nasrallah, mas não chegou a assumir o cargo após a morte do líder. Desde um bombardeio israelense na quinta (3), seu paradeiro é incerto.

A pressão não impediu o Hezbollah, contudo, a fazer o mais duro ataque com foguetes contra a cidade de Haifa, porto que é o principal centro no norte de Israel, neste ano de guerra. Segundo Israel, 135 projéteis foram disparados e a maioria, abatida —serviços de emegrência só relataram uma pessoa ferida por estilhaços.

A vulnerabilidade de Haifa fez com que o governo aumentasse as restrições à população local, que não pode fazer reuniões públicas e, agora, verá as escolas fechadas por tempo indeterminado.

Na frente original da guerra, em torno da Faixa de Gaza, sirenes voltaram a soar em cidades como Sderot, palco de massacre no 7 de Outubro. Ao menos dois foguetes foram lançados de lá, uma fração do que o Hamas já fez no conflito, com 4.300 projéteis no primeiro dia da guerra e um número decrescente, até somar 13,2 mil por ora.

Mas o segundo dia seguido de sirenes no sul, após um longo período sem ataques do Hamas e com uma ofensiva renovada de Israel, mostra a disposição dos terroristas.

Na segunda, a mensagem do grupo prometendo resistir deixou ainda mais longe a possibilidade de um acordo sobe os 97 reféns (64 vivos) ainda em Gaza, algo que críticos do Binyamin Netanyahu dizem ser protelado pelo premiê israelense.

O político foi às redes nesta terça para falar aos libaneses. "Vocês lembram quando o seu país era chamado de pérola do Oriente Médio? Eu lembro. O que aconteceu ao Líbano? Uma gangue de tiranos e terroristas o destruiu. Israel deixou o Líbano há 25 anos. O país que conquistou o Líbano é o Irã, que financia e arma o Hezbollah", disse.

O Irã está no centro das preocupações. O ataque com mísseis balísticos contra Israel, que o Estado judeu disse não ter causado grandes danos, mas que foi uma demonstração de acurácia e poderio ao atingir bases militares, será objeto de retaliação.

Mas Tel Aviv está, nas palavras do diretor da agência de espionagem americana CIA, William Burns, "pesando cuidadosamente" os prós e contras da seleção de seus alvos. A linha-dura em Israel enxerga, com o Hezbollah e o Hamas sob fogo intenso, uma chance única para atacar o programa nuclear iraniano.

Especialistas do referencial Boletim dos Cientistas Atômicos, dos EUA, questionam a sapiência da ação, que além de tudo pode espalhar material radioativo pela região. O presidente Joe Biden já disse ser contra ela.

Na sequência vêm os alvos no setor energético do país persa, responsável por 4% da produção mundial de petróleo e, devido às sanções ocidentais, fornecedor do produto principalmente para a China. Como qualquer confusão no golfo Pérsico tem o potencial de travar o trânsito de petroleiros na região, que soma quase um terço da oferta mundial, os EUA também são contra.

Resta, pela lógica, uma ação mais dura contra bases militares do Irã. Em todos os casos, é improvável que os Estados Unidos participem de uma ofensiva, até porque Tel Aviv já demonstrou capacidades para ataques de longa distância, embora nada seja comparável ao poder de fogo americano na região.

O Irã, por sua vez, voltou a dizer que qualquer ataque contra si será revidado com mais intensidade do que os 181 mísseis balísticos que voaram pelos céus israelenses —cerca de 20 forarm derrubados por americanos e jordanianos antes de chegar ao Estado judeu, e analistas estimam que 80% dos restantes, pelos sistemas de Israel.


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