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Israel e palestinos negociam cessar-fogo; número de mortos sobe para 31

Por Folha de São Paulo

07/08/2022 13h02 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Israelenses e palestinos concordaram com uma trégua em Gaza a partir da noite desde domingo (horário local, 14h de Brasília), mediada pelo Egito, disseram fontes mencionadas pelas agências Reuters e AFP. Até agora, foram registradas as mortes de 31 palestinos -incluindo seis crianças.

"O lado israelense aceitou", disse a fonte, antes de informar que o Egito aguarda a resposta dos palestinos, após três dias de confrontos violentos entre a Jihad Islâmica e Israel.

Uma fonte palestina confirmou que negociações sobre o tema estão em curso. O Egito é mediador histórico entre Israel e Gaza.

As ações, lembrando prelúdios de guerras anteriores em Gaza, preocuparam as potências mundiais. No entanto, têm sido relativamente contidas, já que o Hamas, o grupo islâmico que governa a Faixa de Gaza e força mais poderosa do que a Jihad Islâmica que é apoiada pelo Irã, até agora ficou de fora.

Além dos 31 mortos -a maioria civis-, 275 ficaram feridas nos ataques israelenses, informou o ministério da Saúde de Gaza.

Os confrontos começaram na sexta-feira e são os mais violentos entre Israel e as organizações armadas de Gaza desde a guerra de 11 dias de maio de 2021 -o conflito terminou com as mortes de 260 pessoas do lado palestino e 14 em Israel.

A nova escalada de violência deixou o pequeno território de 362 quilômetros quadrados e seus 2,3 milhões de habitantes sem a sua única central de energia elétrica, que teve que interromper as atividades por falta de combustível, provocada pelo bloqueio das entradas do enclave por Israel desde terça-feira.

Na manhã deste domingo, a Jihad Islâmica disparou em direção a Jerusalém, no que descreveu como retaliação pelo assassinato durante a noite de seu comandante no sul de Gaza por Israel - o segundo oficial sênior que perdeu nos combates.

"O sangue dos mártires não será desperdiçado", disse a Jihad Islâmica em um comunicado.

O ataque veio quando os judeus religiosos estavam jejuando em uma comemoração anual de dois templos de Jerusalém destruídos na antiguidade. Israel disse que seu interceptador Iron Dome derrubou os foguetes a oeste da cidade.

Bombardeios e prisões

Neste domingo, o exército israelense anunciou a detenção de 20 membros da Jihad Islâmica na Cisjordânia ocupada. Outros 20 militantes da organização foram presos ontem, na mesma região.

O comandante de operações do exército israelense, Oded Basik, afirmou em um comunicado que vários membros da "alta cúpula da ala militar da Jihad Islâmica em Gaza foi neutralizada". Entre eles, está Taysir al Jabari "Abu Mahmud", um dos principais líderes do grupo armado, morto na sexta-feira (5) e Khaled Mansour, um alto comandante que faleceu em um ataque em Rafah.

Israel alega que seus ataques, iniciados há três dias de forma "preventiva" diante de possíveis represálias após a detenção de um líder da Jihad Islâmica na Cisjordânia, são direcionados contra locais de fabricação de armas em Gaza.

No sábado (6), o exército israelense anunciou que se preparava para uma "operação de uma semana". Já o primeiro-ministro Yair Lapid disse que os ataques continuariam pelo tempo "necessário". De seu lado, a Jihad Islâmica respondeu que o conflito "estava apenas começando".Até o momento, o Hamas, movimento islamita que governa Gaza desde 2007, não se envolveu nesta escalada de violências. No entanto, fez um alerta em um comunicado contra as "incursões" israelenses que poderiam levar a uma situação "fora de controle".


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