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Investigação conclui que Filipe Martins, assessor de Bolsonaro, fez gesto com conotação racista no Senado

Por Folha de São Paulo

04/05/2021 17h35 — em
Mundo



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Ministério Público Federal recebeu o relatório final da investigação envolvendo o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Filipe Martins.

O auxiliar do governo Jair Bolsonaro foi indiciado pela Polícia do Senado e, agora, o MPF terá que decidir se denuncia Martins ou se opina pelo arquivamento.

A apuração concluiu que os gestos feitos às costas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em 24 de março, tinham conotação racista.

Martins foi indiciado com base no artigo 20 da lei 7.716/1989, que fala em pena de reclusão de um a três anos e multa para quem "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional."

O inciso 2º do artigo 20 diz que a pena de reclusão passa a ser de dois a cinco anos caso os crimes sejam cometidos por intermédio de meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza.​

Em países que vivenciam o crescimento de movimentos de extrema direita, o gesto feito por Martins é associado ao movimento supremacista branco. Os três dedos esticados simbolizam a letra "w", que seria uma referência à palavra em inglês "white" (branco). O círculo formado representa a letra "p", para a palavra "power" (poder). Ou seja, o símbolo é apontado como simbolizando "poder branco".

Pesquisadores que estudam as simbologias da extrema direita alegam que o gesto vem sendo utilizado como uma mensagem codificada com o intuito de que membros de grupos racistas possam identificar uns aos outros.

A obscenidade também associada ao gesto vem de seu uso no Brasil como uma forma de dizer "vai tomar no c.".

No Twitter, Martins afirmou que estava ajeitando a lapela do terno e negou que tenha feito um gesto racista.


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