CARTAGENA — A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, anunciou que a organização colocou uma linha de crédito de US$ 11 milhões à disposição da Colômbia, válida após a assinatura do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) nesta segunda-feira em Cartagena.

Em uma entrevista coletiva na cidade colombiana, Lagarde explicou que este crédito sempre é uma garantia da disciplina fiscal e de sustentabilidade, assim como de estabilidade macroeconômica.

— Não se dá como um apoio financeiro, mas como uma garantia — destacou.

Lagarde afirmou que o FMI acredita que a “paz é alcançável” economicamente e “vem com a estabilidade da macroeconomia e a estabilidade fiscal”, um ponto em que as autoridades colombianas têm feito um grande trabalho.

— A Colômbia é um dos poucos países que introduziu as reformas estruturais corretas e continuará introduzindo as que são necessárias para ser fiscalmente responsável — adicionou.

Entre essas reformas, está deixar de depender predominantemente do petróleo, produto no qual se baseia mais da metade das exportações nacionais, que devem se diversificar. Por último, Lagarde comentou que o FMI vê o processo de paz como um grande impulso para o desenvolvimento da Colômbia, com investimentos financeiros adicionais e “mais confiança no país”, que agora irá gerar “mais certeza e previsibilidade”.

O ministro da Fazenda colombiano, Mauricio Cárdenas, agradeceu a presença de Lagarde em Cartagena, que classificou como “um sinal de apoio da comunidade financeira internacional”. Cárdenas destacou que a Colômbia tem trabalhado muito harmonicamente com o FMI para assegurar que o país é “um caso de êxito, um modelo a seguir em gestão macroeconômica”.

Com a paz que se firmou nessa segunda-feira, o ministro afirmou que a Colômbia construirá “um país ainda mais forte” com sua “estrutura fundamental agora expandida”.