‘Ficar com essa ditadura é aceitar a morte’, diz Maria Conchita Alonso
BUENOS AIRES - Atriz de algum nome em Hollywood, com participações em filmes como “Moscou em Nova York” (1984, com Robin Williams) e “O sobrevivente” (1987, com Arnold Schwarzenegger), a cubana criada na Venezuela Maria Conchita Alonso é uma das maiores críticas, no exterior (onde vive há mais de 20 anos), do atual governo venezuelano. Em entrevista por telefone, ela define o país como um caos que piora a cada dia, tanto por causa do governo quanto da postura adotada pela oposição.
— Isso é uma semente que () Chávez plantou e que foi crescendo e crescendo, porque é Cuba que controla o país, que dá ordens e diz a Narcolas () o que fazer. Quando a maioria da população perceber que Cuba é dona da Venezuela, então ela começará a mudar e a fazer alguma coisa — disse a atriz.
Nas eleições parlamentares de 2015, Conchita declarou que a oposição havia feito um pacto com o governo para ganhar a Assembleia Nacional e, desde então, também tem sido crítica dos líderes da Mesa da Unidade Democrática (MUD). Sua rejeição à oposição aumentou quando soube de um possível diálogo nacional. Ela não acredita na MUD, nem no poder do referendo revocatório. Ela crê que somente a saída de Cuba do governo vai dar início a uma nova Venezuela.
— De que adianta falar com um valentão, terrorista, traficante de drogas, comunista, ditador? Quem vai dialogar com alguém assim? É desperdício de tempo e de energia. Enquanto isso, pessoas e animais continuam a morrer por falta de alimentos, remédios e por causa do crime. Quando vierem as ‘eleições’ será um acordo com a oposição e o regime a deixará ganhar — aposta. — Muitas pessoas dizem que devemos derrubar a ditadura e arriscar a vida. Porque ficar com essa ditadura é aceitar a morte.
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