Evo Morales anuncia greve de fome após apoiadores tomarem quartel na Bolívia
O ex-presidente boliviano Evo Morales anunciou, nesta sexta-feira (1º), uma greve de fome até que o atual presidente Luis Arce aceite dialogar, em meio a crescentes tensões políticas. Morales também pediu aos seus apoiadores que encerrassem os bloqueios em estradas, que já duram 19 dias, em protesto contra a administração Arce.
Em um comunicado após uma coletiva de imprensa, Morales enfatizou que seu objetivo não é provocar "derramamento de sangue" e solicitou a ajuda da comunidade internacional para mediar o diálogo. A decisão de iniciar a greve de fome ocorre após a invasão de um quartel em Villa Tunari, onde apoiadores de Morales mantiveram militares como reféns, uma reação à repressão governamental aos protestos.
O presidente Arce qualificou o ato como um "crime de traição à Pátria" e afirmou que seu governo tomará medidas para restabelecer a ordem pública.
Esses eventos refletem uma crescente divisão entre Morales e Arce, que já foram aliados. Arce, ex-ministro de Morales, foi expulso do Movimento ao Socialismo (MAS) após desentendimentos internos. Em outubro de 2023, Morales foi nomeado candidato do partido, mas foi impedido de concorrer pela Justiça boliviana.
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