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'Estava muito gordo', diz Boris Johnson ao lançar campanha contra obesidade

Por Folha de São Paulo

27/07/2020 15h05 — em
Mundo



BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) - "Já perdi mais de seis quilos. Estava muito gordo", diz o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, em sua mensagem para incentivar os britânicos a emagrecerem, publicada em sua rede social na manhã desta segunda (27).

O premiê que aparece no vídeo lembra pouco a figura desleixada e esbaforida de quando ultrapassava os 110 kg e era flagrado se exercitando de bermuda florida vermelha e camiseta desbotada azul, em 2017.

Aquele era um Boris Johnson que preocupava os médicos, com um índice de massa corporal de 34,7, no limite dos 35 que separam a obesidade moderada da severa.

Quando contraiu coronavírus, no final de maio, ele já estava mais perto dos 90 kg, ainda na zona de sobrepeso para seu 1,78 metro. A doença, que levou até a uma internação em UTI, foi o primeiro gatilho para sua decisão de emagrecer.

Na época, Boris disse que a proximidade da morte fez com se convencesse de que precisava parar com os exageros noturnos em que consumia grande quantidade de queijo e frios e cuidar melhor da saúde --segundo o governo britânico, quase 8% dos pacientes em estado crítico de Covid-19 internados em UTI são obesos mórbidos (contra 2,9% da população em geral), e o risco de morte cresce com o sobrepeso.

O premiê do vídeo desta segunda não diz quanto marca agora sua balança, mas comemora ter perdido "mais de uma 'stone' (6,35 kg)", o que o deixa perto dos 80 kg, um índice de massa corporal quase normal.

Com os cabelos ajeitados, calça jeans escura, cinto, sapato e camisa branca com ar de ter sido engomada, ele passeia por um gramado com seu principal companheiro na nova rotina: o vira-latas Dilyn. Boris diz que, ao lado do cachorro, começa o dia com uma corrida "bem suave". "Mas estou ficando cada vez mais rápido conforme recupero a forma."

Ele confessa que é uma vítima do efeito sanfona e diz que a nova campanha do governo britânico quer ajudar os cidadãos a emagrecerem "sem ser autoritária nem dar uma de babá". Segundo pesquisa feita em 2018, ao menos um quarto dos britânicos está obeso e mais de 40% em sobrepeso, o que transforma em alvo da investida de saúde quase dois terços (63%) da população.

Além disso, um terço das crianças no ensino fundamental está acima do peso.

Além de recrutar Boris e Dilyn como garotos-propaganda, a campanha Saúde Melhor, lançada nesta segunda, vai atacar em várias frentes: proibir anúncios online e na TV (antes das 21h) de alimentos com alto teor de gordura, açúcar e sal, acabar com promoções "compre um e leve dois" de alimentos não saudáveis e obrigar cardápios a informarem a quantidade de "calorias não saudáveis".

Também está em estudo uma nova regra para que bebidas alcoólicas informem, além da porcentagem de álcool, o número de "calorias líquidas ocultas".

No vídeo, Boris afirma que, ao cuidarem da própria forma e condicionamento, as pessoas evitam também sobrecarregar o sistema público de saúde: doenças relacionadas à obesidade custam 6 bilhões de libras (R$ 40 bilhões) por ano aos cofres públicos britânicos.

O principal incentivo, porém, é outro: "A maravilha de dar uma corrida no começo do dia é que depois disso nada pode ser pior. Se você realmente se esforçar logo cedo, o resto do dia será moleza".

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