O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu Javier Milei nesta terça-feira (14) na Casa Branca, uma semana após anunciar um pacote de ajuda de US$ 20 bilhões à Argentina. Durante o encontro, Trump deixou claro que o apoio depende dos resultados das eleições legislativas. “Se ele perder, não seremos generosos com a Argentina. Nossos acordos estão sujeitos a quem vencer a eleição. Porque com um socialista, fazer investimentos é muito diferente”, afirmou.

O republicano também disse considerar um possível acordo de livre comércio com Buenos Aires e fez críticas à aproximação argentina com a China. “A Argentina não deveria ter nenhuma relação com a China”, afirmou, acusando os BRICs de tentar “enfraquecer o dólar”. Trump ainda destacou que “os EUA não precisam ajudar países da América do Sul”, mas reconheceu que o apoio ao governo Milei seria importante para a estabilidade regional.

O pacote de US$ 20 bilhões será viabilizado por meio de um acordo de swap cambial entre o Tesouro americano e o Banco Central argentino. A iniciativa, vista como um movimento atípico, gerou críticas internas a Trump, acusado de priorizar resgates internacionais enquanto o país enfrenta o “shutdown” do governo.

A crise argentina se agravou após a derrota de Milei nas eleições legislativas em Buenos Aires e denúncias de corrupção envolvendo sua irmã, Karina Milei. O peso argentino despencou, a bolsa caiu mais de 13% e investidores passaram a duvidar da capacidade do presidente de sustentar suas reformas. As eleições ocorrem no dia 26 de outubro.