'De volta ao plástico': Trump anuncia decreto contra canudos de papel nos EUA

O presidente Donald Trump anunciou hoje (7) que irá assinar um decreto contra os canudos de papel ecologicamente corretos, incentivando a volta do uso de plástico. Em sua rede Truth Social, ele criticou a medida anterior, afirmando que os canudos de papel "não funcionam" e prometendo trazer de volta os produtos de plástico.
A decisão reforça sua postura cética em relação às mudanças climáticas e sua oposição às regulações ambientais implementadas por democratas. O setor de combustíveis fósseis, que fornece a matéria-prima para a produção de plástico, apoiou a revogação da política ambiental. Empresas de petróleo e gás, grandes doadoras da campanha de Trump, se beneficiariam do aumento da demanda por plástico.
A resistência de Trump a regulações ambientais vai na contramão dos esforços internacionais para conter a crise dos resíduos plásticos. O governo Biden havia estabelecido a eliminação gradual do uso de plástico descartável em operações federais, incluindo parques nacionais, até 2032. Essa iniciativa fazia parte de um esforço mais amplo para reduzir a poluição e incentivar o uso de materiais reutilizáveis e recicláveis.
O impacto ambiental do plástico é uma preocupação crescente, com estimativas indicando que o consumo global quadruplicou nas últimas três décadas, atingindo 400 milhões de toneladas anuais. Especialistas apontam que a reciclagem não acompanha esse crescimento, com apenas 9% dos resíduos plásticos sendo reaproveitados. Os microplásticos já foram detectados na água, nos alimentos e até no corpo humano, levantando preocupações sobre os impactos na saúde, juntamente com os retardantes de chama contidos nos produtos plásticos, como ftalatos, bisfenóis e outros, que podem ser perigosos para a saúde humana e para o meio ambiente.
Seguindo a mesma linha, política ambiental do republicano também inclui a expansão da produção de combustíveis fósseis e a redução de regulações sobre emissões de carbono. Seu indicado para a Secretaria de Energia, Chris Wright, é defensor da exploração de petróleo e gás e minimiza a necessidade de uma transição para fontes limpas.
Com os EUA sendo o maior produtor de petróleo do mundo e um dos principais emissores de CO², especialistas alertam que o retrocesso ambiental pode ter impactos globais. Um estudo estima que a política de Trump pode resultar em 4 bilhões de toneladas adicionais de emissões de carbono até 2030, comprometendo avanços recentes na luta contra as mudanças climáticas.
Veja também

ASSUNTOS: Mundo