Ativistas denunciam maus-tratos a Greta Thunberg após detenção em Israel; governo nega
Ativistas que participaram de uma flotilha com destino à Faixa de Gaza afirmaram que a sueca Greta Thunberg foi maltratada por autoridades israelenses durante a detenção. Os relatos foram feitos por dois integrantes do grupo após chegarem à Turquia, neste sábado (4), onde disseram ter visto a ativista ser empurrada e forçada a segurar uma bandeira israelense. Nenhuma prova foi apresentada até o momento.
A flotilha, formada por cerca de 40 embarcações com ajuda humanitária, foi interceptada por forças israelenses no final de setembro. Ao todo, mais de 450 pessoas de diversas nacionalidades foram detidas. Segundo os ativistas, os detidos ficaram sem acesso a água, remédios e advogados, e alguns foram mantidos de joelhos por horas. Grupos de direitos humanos em Israel afirmam que esses relatos são consistentes com outras denúncias recentes de tratamento abusivo.
Em resposta, o governo israelense negou todas as acusações, classificando-as como “mentiras descaradas”. O Ministério das Relações Exteriores afirmou que “todos os direitos legais dos detidos estão sendo plenamente respeitados” e que Greta “não apresentou qualquer queixa formal” sobre maus-tratos. O país sustenta que os participantes da flotilha tentaram violar um bloqueio naval considerado legal por Israel, imposto sobre Gaza desde 2007.
As deportações dos ativistas continuam, e ao menos 170 pessoas já foram enviadas de volta aos seus países. O episódio provocou críticas internacionais, inclusive do governo brasileiro, que denunciou Israel ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. Organizações humanitárias pedem uma investigação independente sobre o tratamento dado aos detidos e o uso de força durante a operação naval.
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