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Armênia e Azerbaijão entram em confronto em região separatista

Por Folha de São Paulo

27/09/2020 20h02 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao menos 16 militares armênios e diversos civis foram mortos neste domingo (27) durante os confrontos mais graves entre Armênia e Azerbaijão desde 2016, reacendendo a preocupação com a estabilidade na região do Cáucaso.

Os conflitos entre as duas ex-repúblicas soviéticas, que travaram uma guerra nos anos 1990, são o mais recente episódio da disputa por Nagorno-Karabakh, região separatista dentro do Azerbaijão e próxima de dutos que transportam petróleo do mar Cáspio e gás natural azeri para exportação.

Uma escalada nos embates pode colocar em choque duas potências regionais: a Rússia tem uma aliança de defesa com a Armênia, e a Turquia apoia o Azerbaijão.

Autoridades de Nagorno-Karabakh disseram que, além das mortes de 16 soldados, mais de cem militares ficaram feridos depois de o Azerbaijão lançar um ataque aéreo e de artilharia na manhã deste domingo (27). Tanto a Armênia quanto a região separatista declararam lei marcial, o que permite a lideranças militares assumirem o posto de autoridades civis.

O Azerbaijão, que também declarou lei marcial, disse que suas forças responderam a um bombardeio armênio e que tomaram o controle de até sete aldeias. Nagorno-Karabakh assumiu ter perdido alguns territórios, mas não especificou quais.

Os confrontos provocaram uma onda de esforços diplomáticos para evitar uma nova onda de violência. A Rússia exigiu um cessar-fogo imediato, e a Turquia pediu à Armênia que cesse os ataques para evitar uma piora na situação.

Nagorno-Karabakh (nome que pode ser traduzido como "Alto Karabakh") é uma região de montanhas e florestas, ocupada por pessoas de ligações étnicas com a Armênia.

O território, de 11 mil km², tem cerca de 140 mil habitantes e passou por muitas disputas ao longo da história.

Em 1813, os persas concederam a região para o Império Russo. No século 20, após a Revolução Comunista, o governo soviético determinou que a área ficaria dentro do território do Azerbaijão (parte da União Soviética), mas com certa autonomia, o que acalmou o conflito por várias décadas.

Com o colapso da União Soviética, o embate voltou. Armênia e Azerbaijão se tornam países independentes, Nagorno-Karabakh se recusou a fazer parte do Azerbaijão e começou uma guerra em 1991, na qual a região separatista recebeu apoio militar da Armênia.

Em 1992, Nagorno-Karabakh declarou independência, mas o gesto não teve reconhecimento internacional. Apesar disso, uma espécie de governo local se formou.

Após milhares de mortos, a guerra foi pausada por um cessar-fogo em 1994. Forças de Nagorno-Karabakh controlam partes do território, inclusive uma porção que permite a ligação territorial com a Armênia, mas seguem cercados por forças do Azerbaijão.

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