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Mulheres fazem marchas ao redor do mundo contra a posse de Trump

Por Portal Do Holanda

21/01/2017 9h55 — em
Mundo


Foto: Reprodução

 WASHINGTON — Mulheres de várias partes do mundo saem às ruas neste sábado para protestar, um dia após Donald Trump tomar posse como o 45º presidente dos Estados Unidos. Elas se manifestam contra ideias sexistas do milionário, que, durante a campanha, teve muitas vezes seus discursos criticados por conta de comentários machistas e chegou a ser acusado de assédio sexual. A maior movimentação acontece em Washington, cidade que recebe milhares de mulheres de todo o país para a marcha contra o novo governo. Até o momento, a imprensa relata que já foram registrados mais de 600 focos de protestos pelo mundo.

A grande marcha de mulheres contra Trump na capital americana foi organizada pelas redes sociais para a tarde deste sábado. Na página do movimento no Facebook, mais de 250 mil pessoas demonstraram interesse. A expectativa das manifestantes é reunir 200 mil pessoas nas ruas de Washington e avançar dois quilômetros pelo "National Mall", onde Trump foi empossado como presidente na sexta-feira.

 Celebridades, como as atrizes Reese Witherspoon, Olivia Wilde, Julianne Moore, Patricia Arquete e Scarlett Johansson e as cantoras Katy Perry e Cher, também aderiram à causa e confirmaram presença no protesto. A cineasta Rebecca Rodriguez contou que esta será a primeira vez que se manifesta na rua, porque considera que Trump não é apto para ocupar a Presidência.

— Eu vejo um indivíduo que, com as suas palavras, incentiva o ódio e a violência contra as comunidades marginalizadas da nossa sociedade — afirmou Rebecca Rodriguez ao site "Euronews".

O evento já começou a ser replicado em diversos outros países, como França, Espanha, Austrália, Nova Zelândia, Holanda, Itália, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Tailândia e Índia. O slogan comum a todas essas marchas é "Love trumps hate" (ou "O amor supera o ódio"), que faz um trocadilho com o sobrenome do presidente. Há marchas previstas em mais de 30 países neste sábado, e já há quem proteste até mesmo na Antártida.

Em Berlim, na Alemanha, milhares de pessoas já se reúnem em frente à Embaixada dos Estados Unidos na Pariser Platz, ao lado do Portão de Brandenburgo. Em Londres, mais de 10 mil pessoas são esperadas na marcha, que será, provavelmente, uma das maiores fora dos Estados Unidos. Em Portugal, acontecerão atos em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Faro.

 A motivação inicial para essas marchas é um vídeo que se tornou viral nas redes sociais um mês antes das eleições de novembro. Na gravação de 2005, Trump se gaba, em linguagem vulgar, dos seus métodos para seduzir mulheres. Ele disse, na ocasião, que, por ser uma celebridade, poderia fazer o que quisesse com elas, citando atos sexuais com palavrões.

No entanto, vários outros temas estão por trás das reivindicações: direitos dos homossexuais, controle de armas, direitos dos imigrantes, igualdade de salários, direito ao aborto, justiça racial e combate às mudanças climáticas. Estes são assuntos que, desde o início da campanha presidencial de Trump, viraram polêmica nos EUA, enquanto o governo de Trump traz receios de uma guinada conservadora.

— Há um monte de motivos para protestar contra o governo que está entrando e o flagrante desrespeito com as mulheres e as pessoas de cor — disse Whitney Jordan, de 28 anos, que trabalha em Nova York e disse que foi a Washington em um ônibus fretado pela Planned Parenthood, organização de saúde reprodutiva que é a maior patrocinadora da marcha.

 Outra participante da marcha em Washington é Carli Baklashev, do estado do Missouri:

— Quero resistir à ideologia de tudo o que ele [Trump] representa e ensinar a meus filhos que o amor, a empatia e a inclusão e a diversidade definem quem somos — destacou ela.

A equipe de Trump não emitiu comentários à imprensa sobre as marchas, que pressionam o seu governo já no seu primeiro fim de semana. Após assinar os primeiros decretos ontem, minutos após tomar posse, o republicano disse que tiraria o fim de semana de folga. Ele deve começar o seu governo efetivamente na segunda-feira.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: manifestação, protesto contra trump, trump, Mundo

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