Prefeito de Manaus volta a dizer que número de mortos por covid é maquiado
Manaus/AM - O prefeito de Manaus, Arthur Neto, deu entrevista ao site Uol, nesta terça-feira (20), para falar sobre o balanço de seu mandato e o enfrentamento da pandemia da covid-19 na capital amazonense.
Arthur voltou a falar sobre as medidas que foram tomadas, além de novamente apontar uma possível subnotificação no número de óbitos, a vontade de lockdown e sobre não acreditar em imunidade de rebanho.
O prefeito afirmou que a construção de hospitais de campanha foi uma medida emergencial, para ajudar no enfrentamento da situação, já que a prefeitura não trabalha com hospitais. De acordo com ele, A Fundação de Vigilância em Saúde fez "uma coisa meio mancomunada" com o governo do Estado, minimizando as mortes, dizendo : "41 mortes, nenhum covid", sugerindo uma subnotificação de mortes pela doença.
Além disso, Arthur falou sobre a possibilidade de imunidade de rebanho na cidade: "Eu não acredito em imunidade. E imunidade de rebanho é vergonhosa, é típica de quem não se defendeu", disse.
Ao ser questionado sobre o 'caos' instalado em Manaus durante o início e pico da pandemia, ele afirmou que a saúde no Estado é saqueada a diversos governos, o que fez a 'guarda estar baixa' quando aconteceu a pandemia.
O prefeito voltou a falar do lockdown, que pensava em 15 dias da medida, mas precisava do apoio do governo, para que policiais atuassem para que as regras fossem cumprids, além de multar quem estivesse sem máscara, o que o governo não quis.
Sobre as medidas tomadas pela prefeitura para evitar uma nova onda de contaminados pelo coronavírus, Neto diz que não vê nova onda mas que existe uma quantidade maior de mortos pela doença: "O número de mortos é bem mais alto. E com casos que são, claramente, de covid-19 travestidos com outro nome. Mentir (no número de mortes por covid-19) é ruim, e mentir afasta dinheiro federal de uma eventual necessidade que se tem aqui".
Arthur falou também sobre a medida de adotar o enterro de mortos por covid-19 em valas comuns, nos cemitérios de Manaus: "Eu não tenho medo de lembrar as coisas que supostamente são negativas para mim. Lembra daquelas valas em que se enterravam as pessoas? Hoje estão todas registradas, estamos fazendo um belo mural com o nome de cada pessoa que está ali, dizendo em que local ela está enterrada. Mas naquele momento, eu tinha duas alternativas: deixar o cadáver insepulto, para não colocar em vala, e aí ele espalharia o novo coronavírus, ou enterrar. E também aí fui desagradável para não ser desastroso", completou.
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