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Ligada a impeachment de Trump, empresa ucraniana foi alvo de hackers russos, diz jornal

Por Folha de São Paulo

13/01/2020 22h26 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Hackers militares russos invadiram o sistema da empresa de gás ucraniana Burisma, que está no centro do processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informaram experts em segurança ao jornal The New York Times nesta segunda (13).

Na direção da Burisma trabalhou Hunter Biden, filho do presidenciável democrata Joe Biden, possível concorrente de Trump nas eleições presidenciais deste ano. Trump pressionou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, para que investigasse possíveis irregularidades da família Biden no país.

As tentativas de invasão começaram no início de novembro, período no qual o processo de impeachment de Trump dominava o noticiário nos Estados Unidos. Segundo o New York Times, não se sabe o que os hackers encontraram ou o que estavam procurando, mas os especialistas supõem que os russos buscassem material potencialmente embaraçoso para os Biden, ou seja, o mesmo tipo de informação que Trump queria da Ucrânia.

A ligação telefônica de Trump para o presidente ucraniano na qual o americano pedia a investigação contra os Biden foi estopim do processo de impeachment, que está em vias de ser enviado para o Senado, onde o republicano será julgado.

As táticas dos hackers russos são semelhantes às que as agências de inteligência americanas detectaram quando os e-mails de campanha de Hillary Clinton foram hackeados durante a campanha presidencial de 2016. Depois de obter os e-mails, os hackers espalharam e deturparam o material.

Segundo autoridades americanas, os russos estão novamente tentando atingir sistemas eleitorais vulneráveis às vésperas do processo eleitoral.

De acordo com a empresa de segurança do Vale do Silício Area1, que detectou as invasões, os hackers usaram o chamado "phishing", técnica desenhada para roubar nomes de usuários e senhas. Eles teriam criado sites falsos que imitavam páginas de login de subsidiárias da Burisma, e então enviaram e-mails para funcionários da empresa que se pareciam com e-mails da própria companhia.

Parte dos funcionários efetivamente entregaram suas credenciais de login, o que permitiu aos hackers entrarem nos servidores da empresa.

Nem o governo russo nem a Burisma responderam a pedidos de comentário do jornal.

Advogado com mestrado em direito pela Universidade Yale, Hunter Biden entrou para a diretoria da Burisma Holdings, a maior empresa privada de gás da Ucrânia, em abril de 2014. Ele foi contratado após procurar oportunidades de negócios fora dos EUA, valendo-se da influência do pai.

Nesta época, Joe Biden ia à Ucrânia com frequência: ele era o encarregado de representar os Estados Unidos frente à crise internacional gerada pela anexação da Crimeia pela Rússia --Hunter foi contratado um mês após a anexação. A Burisma tinha operações de extrações de gás na Crimeia.

Hunter foi contratado para ajudar a Burisma a melhorar suas práticas corporativas. Ele aconselharia em "transparência, governança corporativa e responsabilidade", afirmou a companhia. Ele se desligou da empresa em 2019.

Até o momento não há qualquer evidência de que Hunter esteja implicado em irregularidades ou crimes na Ucrânia.

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