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Indianos pressionam até o último minuto, mas Bolsonaro não vai anunciar isenção de vistos

Por Folha de São Paulo

25/01/2020 8h25 — em
Mundo



DÉLI, ÍNDIA (FOLHAPRESS) - A isenção de visto para cidadãos do país entrarem no Brasil não será anunciada durante a visita do presidente Jair Bolsonaro, apesar da pressão dos indianos, que insistiram até o último minuto para que o anúncio fosse feito neste sábado (25).

A declaração final dos dois países se restringirá a mencionar a implementação de mecanismo para facilitar a isenção de vistos para turistas e empresários, segundo apurou a Folha de S.Paulo. Segundo fontes do governo brasileiro, os indianos pediram muito que o anúncio fosse feito, mas ainda restam algumas etapas para que isso possa ser concretizado.

A expectativa do governo indiano se baseia em promessas do próprio Bolsonaro. Durante visita oficial a Pequim, no fim de outubro, o presidente havia dito que cidadãos da Índia e China não mais precisariam de vistos para entrar no Brasil. O governo indiano e a imprensa do país comemoraram e noticiaram com destaque.  

Os diplomatas brasileiros foram pegos de surpresa. Estava em estudos uma facilitação de vistos para os indianos, mas não isenção.

O nível de recusa de vistos brasileiros para indianos é alto, segundo fontes, porque se trata de uma nacionalidade com muita propensão a emigrar. A diáspora indiana no mundo é de 31 milhões de pessoas (mas no Brasil vivem apenas 5 mil indianos).

Nos EUA, por exemplo, 27,75% dos pedidos de visto de indianos foram recusados em 2019, diante de 18,5% dos brasileiros. Isso se dá, principalmente, porque a comunidade indiana nos EUA é grande, e há receio de indianos chegarem com visto de turistas e ficarem no país com parentes, morando ilegalmente.

Além disso, tensões na região, com alto índice de terrorismo no Paquistão e Sri Lanka, são outro entrave para a liberalização, do ponto de vista da Polícia Federal. O Brasil nem sequer tem um adido do órgão na Índia.

Mesmo assim, em novembro, durante a cúpula dos Brics, Bolsonaro reiterou a promessa, e o primeiro-ministro indiano agradeceu publicamente.

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