Comissão do impeachment encerra debate para votar nesta quinta-feira parecer final
BRASÍLIA - A comissão especial do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff encerrou os trabalhos desta quarta-feira, depois das declarações da defesa. Nesta quinta-feira, a comissão se reúne a partir das 9h para votar o segundo parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que ontem pediu o julgamento de Dilma, alegando que ela promoveu um "atentado à Constituição".
A votação será por meio de painel eletrônico, como na fase de admissibilidade. A votação deverá terminar antes do meio-dia, quando está previsto o encontro entre os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski.
A palavra será restrita aos líderes dos partidos, ou senadores por ele indicados, por cinco minutos. E depois, estará encerrado o trabalho da comissão especial. Na terça-feira dia 9, está prevista a discussão e votação do parecer conclusivo pelo plenário do Senado. São necessários 41 votos para a sua aprovação, entre os 81 senadores. A sessão deve durar de 15 a 20 horas e deve terminar no dia seguinte, quando o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, recebe os autos do processo e marca a data do julgamento final.
Ao fazer sua última participação na comissão do impeachment, o advogado da presidente afastada Dilma Rousseff José Eduardo Cardozo, e não por rigor legal. Segundo Cardozo, para tentar provar que a petista cometeu algum crime, Anastasia fez “malabarismos retóricos” na elaboração de seu relatório.
— Tinha grande expectativa sobre o relatório do nobre relator, o conheço bem. Conseguiria o senador se libertar da paixão partidária e olhar os autos, as provas, para buscar a verdade ao invés da paixão. Como toda a vênia, não conseguiu. Não conseguiu captar a verdade dos autos e foi obrigado a fazer algumas concessões, não por má-fé e sim pela paixão (partidária). É a paixão que turva os fatos — disse o ex-ministro da Justiça.
Pela manhã, no início da sessão de hoje, houve bate-boca sobre a atuação do presidente interino, Michel Temer, para acelerar a data do julgamento final do impeachment para o dia 25 ou 26. O assunto foi levantando pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que chamou de "intervenção indevida" de Temer, e depois em almoço com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
— Almoça com o presidente da República e diz que vai antecipar? Que acordão é esse? O presidente do STF não vai aceitar esse tipo de chantagem. Pressão indevida de Michel Temer — disse Lindbergh, lendo matérias do GLOBO sobre jantar na residência de Gilmar Mendes e almoço com Renan na terça-feira.
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