Crianças são metade das vítimas de ataque a igreja no Texas
SUTHERLAND SPRINGS, EUA — Ao menos 12 crianças morreram no ataque a igreja batista no Texas, que deixou 26 mortos e 20 feridos no domingo, disse o chefe da polícia do condado de Wilson, Joe Tackitt. A família da ex-mulher do atirador frequentava o local, mas não estava no dia. O Departamento de Segurança do Texas identificou oficialmente nesta segunda-feira o homem como Devin Kelley, de 26 anos, que serviu às Forças Armadas, mas foi expulso em 2012 por agredir sua mulher e seu filho, segundo uma porta-voz.
— Sabemos que a família de sua ex frequentava a igreja às vezes, mas não estavam lá no domingo — disse Tackitt.
Das 26 vítimas, 23 morreram dentro da igreja, dois do lado de fora e outro no hospital. Tackitt afirmou que entre 12 e 14 crianças estavam entre os mortos e que os feridos continuam hospitalizados, mas em condição estável. A polícia encontrou o atirador morto em seu carro, após ele ser perseguido por dois moradores locais. Autoridades acreditam que ele se matou com uma arma.
— É uma visão horrível — contou o chefe da polícia ao "USA Today". — Você não espera entrar numa igreja e ver algo assim, especialmente quando todos os corpos estavam lá e ver as crianças. Isso machuca muito.
Entre os mortos está a filha de 14 anos do pastor Frank Pomeroy, disse a família a diversas emissoras de televisão. Um casal, Joe e Claryce Holcombe, disse ao Washington Post que perdeu oito familiares, incluindo uma grávida e três crianças.
Kelley usava uma roupa preta e vestia um colete à prova de balas. O atirador começou a disparar ainda fora da igreja e, depois, entrou no local e continuou disparando. Enquanto deixava o templo, um morador local com um rifle perseguiu o agressor, que pegou seu carro e fugiu. Kelley, então, foi perseguido por dois habitantes da cidade até ser encontrado morto em seu veículo. Autoridades ainda não sabem a motivação do ataque.
O atirador Devin Patrick Kelley matou ao menos 26 pessoas em um ataque a uma igreja batista numa pequena cidade do Texas - Reprodução
MORADORES VIRAM HERÓIS
Johnnie Langendorff e outro morador da cidade, que não foi identificado, perseguiram o atirador quando ele deixou a igreja. Os dois conquistaram a admiração da pequena comunidade e agora são considerados heróis. Segundo a imprensa local, Langendorff parou por acaso no cruzamento da igreja onde o tiroteio acabara de acontecer quando viu a troca de tiros.
— Vi dois homens trocarem tiros, um deles era da nossa comunidade. Ele veio até o meu carro muito perturbado e me contou rapidamente o que tinha acontecido. Ele entrou no meu carro e eu soube que era hora de acelerar — relatou Langendorff.
Langendorff e o outro morador viajaram a mais de 150km/h perseguindo o atirador, enquanto estavam no telefone com serviços de emergência. Logo depois, o suspeito bateu seu veículo perto da fronteira com um distrito vizinho e foi encontrado morto com diversas armas.
— Levamos a polícia até ele — garantiu Langendorff.
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse a repórteres que o massacre foi devido a um problema de saúde mental e que não era uma situação de armas. Ele se pronunciou durante visita oficial ao Japão.
— Nós estamos lidando com o maior tiroteio em massa na história do nosso Estado — disse o governador do Texas, Greg Abbott, em entrevista coletiva. — A tragédia é, claro, piorada pelo fato de que ocorreu dentro de uma igreja, um local de adoração.
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