O 'Leia a Bula' destaca informações essenciais sobre o envelhecimento saudável
O quadro #LeiaABula desta segunda-feira (15) está de volta com tudo! E, como prometido, teremos a parte 2 do tema “Envelhecimento Saudável”, com a apresentadora e farmacêutica Ednilza Guedes. Nesta edição, ela também convidou a farmacêutica Dra. Cristiane Rocha para aprofundar esse assunto tão importante de forma virtual.
Envelhecimento Precoce: O que está por trás da aceleração do tempo no corpo humano!
O envelhecimento é um processo natural e inevitável, mas quando ocorre de forma acelerada, pode sinalizar desequilíbrios profundos no organismo. O chamado envelhecimento precoce não se limita à aparência — como rugas ou cabelos brancos — mas envolve alterações celulares, metabólicas e hormonais que comprometem a saúde física e mental. Segundo a farmacêutica Dra. Cristiane Rocha, esse fenômeno pode ser compreendido em três dimensões principais: biológica, clínica e preventiva.
A Biologia do Tempo!
Na dimensão biológica, o envelhecimento precoce é impulsionado por uma série de processos internos. Um dos principais é o estresse oxidativo, causado pelo excesso de radicais livres que danificam estruturas vitais como o DNA, proteínas e lipídios. Esse desgaste celular é silencioso, mas progressivo.
Outro fator relevante é a inflamação crônica de baixo grau, conhecida como inflammaging. Trata-se de uma inflamação persistente que, embora sutil, favorece o surgimento de doenças como diabetes tipo 2, Alzheimer e problemas cardiovasculares. A glicação avançada, por sua vez, endurece proteínas e colágeno, acelerando o aparecimento de rugas, a rigidez das articulações e o enrijecimento das artérias.
Além disso, o encurtamento dos telômeros — estruturas que protegem o fim dos cromossomos — reduz a capacidade de regeneração celular. A disfunção mitocondrial, que compromete a produção de energia nas células, e as alterações hormonais (como a diminuição de estrogênio, testosterona, GH e melatonina) completam o quadro biológico do envelhecimento precoce.
As Doenças que acompanham a aceleração!
Essas alterações internas não ocorrem isoladamente. Elas estão diretamente ligadas ao surgimento de condições clínicas que afetam a qualidade de vida. Entre elas, destacam-se as doenças cardiovasculares em idade precoce, a osteoporose e a sarcopenia (perda de massa muscular), além do declínio cognitivo acelerado e do fígado gorduroso não alcoólico.
A pele também reflete esse processo, com o surgimento de rugas, manchas e flacidez que vão além da estética — são sinais externos de um organismo que está envelhecendo antes do tempo.
Prevenção: A ciência da longevidade!
Apesar dos riscos, o envelhecimento precoce pode ser retardado com estratégias eficazes. O estilo de vida é o primeiro pilar. A prática regular de exercícios aeróbicos e de resistência melhora a função mitocondrial, preserva a massa muscular e regula o metabolismo. O sono reparador, entre sete e nove horas por noite, é essencial para a regeneração celular.
A alimentação também desempenha papel crucial. Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, açúcares e gorduras ruins, e investir em uma dieta rica em antioxidantes — como frutas vermelhas, vegetais, oleaginosas e azeite — ajuda a combater os radicais livres e a inflamação.
A suplementação, quando orientada por profissionais, pode incluir vitaminas C, D, E e do complexo B, além de coenzima Q10, ômega-3, resveratrol, quercetina, curcumina e probióticos, que fortalecem a saúde intestinal — diretamente ligada ao envelhecimento.
Por fim, abordagens médicas como terapias hormonais, check-ups regulares e até intervenções de medicina regenerativa (como peptídeos e terapias celulares, ainda em estudo) vêm ganhando espaço como ferramentas para prolongar a juventude biológica.
Mais que aparência: Uma questão de saúde
A mensagem central dos especialistas é clara: o envelhecimento precoce não é apenas uma questão estética. Ele representa um desequilíbrio profundo que pode ser prevenido, rastreado e controlado com conhecimento, hábitos saudáveis e acompanhamento médico. Envelhecer bem é possível — e começa muito antes dos primeiros sinais visíveis.
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