SÃO PAULO, 4 Dez (Reuters) - A safra de café do Brasil em 2025 foi estimada em 56,5 milhões de sacas de 60 kg, apontou nesta quinta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), elevando o volume estimado em cerca de 1,3 milhão de sacas em relação à última previsão, em setembro.

A estatal destacou que a safra deverá crescer 4,3% na comparação anual, mesmo em ano de bienalidade negativa do café arábica, graças a um salto na produtividade das lavouras de canéforas (robusta e conilon).

Com isso, o país terá a terceira maior produção da série histórica da Conab, atrás apenas de 2020 e 2018, ambos anos de bienalidade positiva do arábica.

A produtividade das lavouras na média nacional aumentou 5,5% ante 2024, para 30,4 sacas por hectare, com impulso dos cafezais canéforas, enquanto a área em produção registrou queda de 1,2%, para 1,86 milhão de hectares, apontou a Conab, no último relatório sobre a safra 2025, já colhida.

A produção de arábica deve alcançar 35,8 milhões de sacas, estimou a Conab, acima das 35,1 milhões previstas em setembro. Mas na comparação anual houve queda de 9,7%, com as lavouras sofrendo efeitos da baixa bienalidade e impactos climáticos.

Já para os canéforas são esperadas 20,8 milhões de sacas, um novo recorde, ante 20,0 milhões da projeção passada, mas um aumento de 42,1% ante 2024.

"A regularidade climática favoreceu o vigor das plantas e resultou em elevada carga produtiva", disse a Conab, sobre os canéforas.

No Espírito Santo, maior produtor de conilon do país, a colheita foi projetada em 14,2 milhões de sacas, crescimento de 43,8% em relação ao ano de 2024; na Bahia, 3,29 milhões de sacas (+68,7%); e em Rondônia, 2,32 milhões de sacas (+10,8%).

Por outro lado, Minas Gerais, maior Estado produtor de café do país, teve uma colheita de 25,17 milhões de sacas de arábica, redução de 9,2% em relação ao volume total produzido na safra anterior, pela bienalidade negativa e devido ao longo período de seca nos meses que antecederam a floração.

EXPORTAÇÃO

A Conab também destacou que a receita com exportação de café do Brasil alcançou US$12,9 bilhões em 2025 até outubro, marcando um novo recorde anual. Esse desempenho ocorre mesmo com redução da quantidade embarcada, em função da limitação de estoques internos no início do ano, e diante da tarifação anterior imposta pelos Estados Unidos ao café brasileiro.

"Após a eliminação das duas tarifas (sobre o café verde), o Brasil voltou a concorrer em condição de igualdade tarifária com outros países que exportam café para os Estados Unidos", disse.

(Por Letícia Fucuchima e Roberto SamoraEdição de Paula Arend Laier)