Wagner Moura é homenageado e fala sobre carreira nacional e internacional no cinema

Fotos: Felipe Panfili/AgNews
Na primeira vez que vem a Gramado, Wagner Moura vai voltar para casa com a mala mais pesada. Nesta 41ª edição do Festival de Cinema , o ator baiano foi escolhido para receber o Troféu Cidade de Gramado. “Há mais de 15 anos faço filmes, mas é a primeira vez que venho ao festival, isso é um absurdo”, brincou, acrescentando que era uma pena ficar tão pouco tempo na cidade e no evento. Wagner participou de uma coletiva de imprensa na tarde deste sábado, onde respondeu a perguntas de jornalistas de vários estados brasileiros e também de Portugal.
Sobre o papel do cinema na vida das pessoas, Wagner Moura disse que os filmes devem tratar de questões políticas e sociais. “O filme brasileiro gosta de retratar o Brasil e o público tem ido assistir a esses filmes”, observou. Já sobre os festivais, o ator pensa que não deve ser apenas um desfile de celebridades pelo tapete vermelho. Na sua opinião os festivais são um espaço para fomentar e ampliar as possibilidades do cinema. “ Os filmes têm algo a dizer”, completou.
Nessa mesma linha, o ator ainda comentou sobre os novos realizadores brasileiros. “Eu tenho raiva dessa gente cheia de talento”, falou em tom jocoso, explicando que tem muita gente boa aparecendo na sétima arte. Entre esses novos talentos, Wagner apontou o diretor Kleber Mendonça. “Quero muito trabalhar com o Kleber, que já fez filmes ótimos, como Vinil Verde e o premiado O Som ao Redor”, confidenciou.
O mais recente filme de Wagner Moura acaba de estrear. Elysium é um blockbuster americano de ficção científica, estrelado pelo ator brasileiro ao lado de Matt Damon, Jodie Foster e Alice Braga. “Esse foi o primeiro filme que fiz em outro idioma e o personagem é dúbio e cheio de nuances. O diretor, Neill Blomkamp, é um fã de Tropa de Elite e, assim como o Tropa, Elysium tem uma mensagem bastante realística, quase documental, apesar dos efeitos de ficção científica”, avalia Wagner. Depois de participar de Elysium, Wagner diz que imagina que novos convites possam aparecer para fazer filmes fora do país, mas que não pensa em ir embora para Los Angeles.
Entre os projetos do ator estão os filmes Serra Pelada, Praia do Futuro, Trash e Fellini. Sobre a possibilidade de ser rodado um Tropa de Elite 3, Moura foi categórico, “não há a menor chance”. Perguntado sobre a possibilidade de dirigir um longa metragem, já que dirigiu um clipe da cantora Vanessa da Mata, Wagner revelou que tem um projeto em andamento, mas fez mistério sobre o assunto. “Não posso contar muito agora, pois tenho apenas um acordo verbal para a compra dos direitos autorais de um livro”, disse.
Manifestações – Por terem sido tão emblemáticos, os filmes Tropa de Elite 1 e 2, invariavelmente, são usados para abordar assuntos como as manifestações ocorridas em todo o Brasil. Durante a coletiva de imprensa, Wagner Moura foi questionado sobre as manifestações, sobretudo contra o governador e o prefeito do Rio de Janeiro. “O (Sergio) Cabral se popularizou pelas UPPs instaladas nas comunidades. Mas as UPPs são apenas o primeiro passo, entra com a segurança pública, mas também tem que levar hospital e escola”, apontou. Ele ainda afirmou que as manifestações fazem todo sentido. “Elas foram inesperadas e importantes para o país”, concluiu.
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