O youtuber norte-americano Floyd L. Wallace Jr., preso nesta segunda-feira (22) por estupro de vulnerável e favorecimento à exploração sexual infantil no Rio de Janeiro, também é conhecido nos Estados Unidos por envolvimento em confrontos com a polícia, prisões e polêmicas judiciais em diversos estados.

Wallace ganhou notoriedade na internet ao gravar abordagens policiais. Em seu canal no YouTube, “Omaha Copwatch”, ele se apresenta como fotógrafo e “auditor constitucional”.

Apesar do discurso, autoridades americanas apontam que ele possui histórico criminal em mais de 13 estados, com registros por resistência à prisão, agressão a policiais e conduta desordenada. Wallace é classificado como indivíduo de alta periculosidade, com recomendação de abordagem cautelosa. Entre os casos mais conhecidos estão uma prisão na Flórida, em 2022, quando foi atingido por arma de choque, e uma condenação por agressão a policial no estado de Oklahoma.

Wallace Jr. foi preso no bairro da Liberdade, em São Paulo, em uma operação conjunta das polícias civis do Rio de Janeiro e de São Paulo. Segundo as investigações, ele teria usado aplicativos de transporte, perfis falsos e redes sociais para aliciar e explorar sexualmente crianças e adolescentes no Rio.

Durante o monitoramento, a polícia identificou que o próprio investigado se autodeclara nas redes como “turista sexual” e “passport bro”, termo associado a homens que viajam para países mais pobres com o objetivo de manter relações sexuais explorando desigualdades sociais. 

A apuração teve início após um relatório do Ciberlab, do Ministério da Justiça, encaminhado à Polícia Civil do Rio de Janeiro, motivado por denúncia de um motorista de aplicativo que relatou ter transportado duas adolescentes que afirmaram estar indo encontrar um homem estrangeiro mais velho, sem saber explicar quem ele era ou para onde iam. Outras corridas suspeitas, envolvendo menores de idade, foram identificadas posteriormente.

Com indícios de fuga do país, a Justiça autorizou a prisão temporária, busca e apreensão e a retenção do passaporte. Durante a abordagem, Wallace ofereceu resistência e precisou ser contido. Foram apreendidos celulares, notebook, pen drives, cartões de memória, chips telefônicos e outros objetos.

Wallace Jr. é investigado pelos crimes de estupro de vulnerável e favorecimento à exploração sexual infantil, cujas penas somadas podem chegar a 34 anos de prisão. As investigações continuam para identificar possíveis vítimas e apurar se há outros envolvidos, além de verificar se crimes semelhantes ocorreram fora do Brasil.