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Rock in Rio Lisboa tem toalha com rosto de Lula e funk proibidão com Rebecca

Por Folha de São Paulo

26/06/2022 15h03 — em
Famosos & TV



LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - A poucos metros de onde a brasileira com família portuguesa Mar.iana cantava um pot-pourri de hits internacionais como "Save Your Tears", de The Weeknd e Ariana Grande e "Sweater Weather", do The Neighbourhood, a funkeira carioca Rebecca --esta bem mais conhecida pelos brasileiros-- inaugurou a lista de atrações muito aguardadas do último dia desta edição do Rock in Rio Lisboa, de público mais animado e participativo que o de sábado (25).

Com pique de popstar, balé e figurinos coloridos --mas também um som abaixo do necessário para dar conta das batidas graves do funk-- a brasileira mostrou onde foram aplicados os R$ 250 mil que disse ter investido em sua participação no festival lusitano.

Uma sequência de colaborações com artistas como Kevin O Chris, WC no Beat, Karol Conká, Dulce María e o angolano Anselmo Ralph, que a funkeira chamou o palco, regeu o show de Rebecca, que estava emocionada. "A gente quebrou muitas barreiras para chegarmos até aqui e eu estou muito feliz. Vocês fazem parte da história da minha vida", disse.

Antes de cantar "A Coisa Tá Preta", colaboração que lançou com Elza Soares em 2020, o telão do palco exibiu um homem falando sobre ancestralidade. "Esqueça tudo o que te contaram no cinema, nos livros, nos jornais. Vocês são filhos de reis e rainhas, criadores da arquitetura, da matemática, da religião", dizia a mensagem.

Da plateia, o público puxou um coro xingando o presidente Jair Bolsonaro (PL). Rebecca riu e brincou com a situação. "Também amo vocês, gente, eu sei que vocês gostaram da minha roupa." Ela ainda se enrolou a uma bandeira que era metade LGBTQIA+ e metade do Brasil.

A segunda metade do show foi a mais animada, com o DJ Diego de Brasília, que acompanhava a cantora no show, emendando uma série de hits do funk brasileiro --formato parecido com o que Anitta fez em seu show no festival Coachella. "Baile de Favela", de MC João e "Boladona", de Tati Quebra Barraco, por exemplo, foram cantadas pelo público.

A carioca deixou seus maiores sucessos, os com letra mais explícita, para o fim do show. Foi uma sequência de "Coça de Xereca", "Cai de Boca" e "Sento com Talento" abrilhantada com um remix de "My Neck, My Back", de Khia. Ela encerrou o show com sua colaboração com Anitta, "Combatchy", pedindo para o público ver sua amiga, que toca no Palco Mundo ainda neste domingo.

Em um palco menor, mas também cheio, Johnny Hooker fez um show igualmente animado, que passeou pelos primeiros sucessos de sua carreira, como "Alma Sebosa" e "Caetano Veloso", e músicas de seu disco deste ano, "Ørgia", como "Cuba".

Hooker, que sempre levou pautas sociais e políticas para o palco, dedicou "Amor Marginal", que ele escreveu aos 15 anos, a seu amigo André, que morreu aos 33 anos de Covid-19.

Assim como o grupo Francisco, el Hombre, que fez show no mesmo palco neste sábado (26), o pernambucano falou do governo Bolsonaro. "Esse governo assassino atrasou a chegada das vacinas no Brasil e por causa disso meu amigo morreu", disse, enquanto o público xingava o presidente. "É por todos que perdemos na pandemia, por causa desse governo genocida. Vamos fazer justiça pelos seus nomes, não vamos esquecer de vocês."

Antes de encerrar seu show com "Flutua", que fala sobre o amor LGBTQIA+, ele também pegou uma toalha com o rosto de Lula --idêntica à que causou polêmica no Lollapalooza no começo do ano-- e a sacudiu no palco.

"A gente pode ter nascido num país que jurou a gente de morte, mas a gente sobrevive. Ninguém tem controle sobre nossos corpos, ninguém vai poder querer nos dizer como amar", disse.

A jornalista viajou a convite do Rock in Rio Lisboa

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