Oito dos 14 réus acusados de envolvimento no sequestro e extorsão da modelo Luciana Curtis, do fotógrafo Henrique Gendre, e da filha do casal, de 11 anos, foram condenados pela Justiça de São Paulo nesta quarta-feira (12). O crime ocorreu em novembro do ano passado, após a família ser abordada ao deixar um restaurante na região do Alto da Lapa, em São Paulo.

A investigação policial revelou que as vítimas foram rendidas sob ameaças de criminosos armados e transportadas para um cativeiro. No local, foram forçadas a fornecer dados bancários e realizar transações que ultrapassaram a marca de R$ 30 mil. Em um ato de destruição, o veículo da família, um GWM Haval H6 avaliado em mais de R$ 200 mil, foi incendiado pelos criminosos após a libertação das vítimas.

A sentença foi proferida pela juíza Ana Paula Mendes Carneiro, da 18ª Vara Criminal do Foro Central da Barra Funda. As condenações se deram pelos crimes de roubo majorado, extorsão qualificada e associação criminosa armada.

As penas aplicadas variaram conforme a participação de cada réu na complexa estrutura da quadrilha.

Gabriel Valentim de Lima, conhecido como Zequinha e apontado como o mentor do esquema e coordenador das movimentações financeiras, recebeu uma sentença de 28 anos, 9 meses e 15 dias de prisão, além de multa.

Sérgio Silva Soares, reconhecido pelas vítimas por vigiá-las no cativeiro e com histórico criminal, recebeu a pena mais elevada: 33 anos, 3 meses e 10 dias de reclusão em regime fechado.

A Justiça enfatizou que o grupo criminoso operava de forma altamente organizada, com divisão de tarefas entre os núcleos de execução do sequestro, fraude bancária e lavagem de dinheiro. Para encobrir as transações, utilizavam-se de redes de Wi-Fi adulteradas e contas bancárias de terceiros.

Outros condenados tiveram participação crucial na vertente de fraude bancária: Juliana Aparecida da Costa, funcionária de uma lotérica, foi sentenciada a 17 anos e 8 meses de prisão por lavagem de dinheiro. Ela foi considerada responsável por criar boletos e QR Codes falsos para mascarar as transferências fraudulentas sob ordens de Gabriel Valentim.

Lilian Alves de Lima (mãe de Gabriel), Maria Katia Alves da Silva (tia de Gabriel), Carolina Borges, Lucas Rocha da Costa e Renan Souza Taborda do Carmo receberam pena de 17 anos de prisão. A condenação se deu por participação de menor importância, ao cederem contas bancárias para a movimentação do dinheiro extorquido.

Todos os oito réus condenados foram ainda obrigados a indenizar as vítimas no valor exato do prejuízo financeiro causado: R$ 30.905,96.