A defesa do rapper Oruam classificou como “uma manobra jurídica infundada” a denúncia por tentativa de homicídio qualificado aceita pela Justiça do Rio de Janeiro nesta semana. Os advogados afirmam que a acusação, inicialmente voltada para tráfico de drogas e associação para o tráfico, foi reclassificada de maneira arbitrária.

Em nota, a equipe jurídica do cantor afirmou que a mudança no enquadramento penal carece de fundamentos sólidos: “Evidenciando uma perseguição de caráter pessoal e uma estratégia de criminalização midiática, sem respaldo consistente na prova”.

Segundo a defesa, a prisão de Oruam se sustenta em “alegações frágeis e artificiais”, o que, para eles, reforça a tese de que ele está sendo alvo de um processo movido por interesses externos ao campo jurídico. “Claramente motivada por interesses midiáticos e não por aspectos concretos e técnicos”, alegam.

A nota ainda destaca que, de acordo com a versão da defesa, “em nenhum momento” os policiais correram risco real de morte. “Ademais, a conduta dos policiais também evidencia que, ao momento, não existia risco real de morte. Se assim fosse, não teriam agredido fisicamente o grupo, não teriam entrado na casa do cantor e causado danos materiais a objetos pessoais, como roupas e móveis, xingamentos e as constantes ameaças com armas de fogo, demonstrando que não havia um perigo iminente de morte ou ferimentos graves”.

Na madrugada de 22 de julho, durante uma operação da Polícia Civil contra um menor que estava na casa do rapper, Oruam e outros amigos atiraram pedras nos policiais.

Diante dos fatos, o Ministério Público apresentou denúncia por tentativa de homicídio, sob o argumento de que o artista e os demais envolvidos agiram “assumindo o risco de matar os agentes”.