O discurso de Baby do Brasil para vítimas de violência sexual perdoarem seus abusadores foi parar no Ministério Público de São Paulo. A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) acionou o Parquet contra a cantora

A fala ocorreu durante um culto na balada D-Edge. "Se teve abuso sexual, perdoa. Se foi da família, perdoa", disse Baby. O vídeo do sermão viralizou e gerou forte repercussão.

Na representação encaminhada ao MP-SP, Sâmia argumenta que a fala ultrapassa a liberdade religiosa e pode desencorajar vítimas a denunciar crimes. O documento afirma que a declaração "favorece abusadores e desconsidera o impacto psicológico e físico das violências sofridas". A parlamentar pede que Baby seja investigada por incitação ao crime e condescendência criminosa.

O empresário Renato Ratier, dono da D-Edge, também foi citado na denúncia por omissão. Após a repercussão, ele divulgou uma nota nesta quarta-feira (12) repudiando as declarações. "Deixo claro que sou absolutamente contra qualquer tipo de abuso e discriminação e que todo crime deve ser denunciado e apurado", afirmou.

Na nota, Ratier também critica a chamada "cura gay", que foi exaltada no evento.  "Também quero reforçar que não acredito na chamada 'cura gay' - essa ideia não existe e jamais fez parte dos meus valores. Minha trajetória sempre esteve pautada no respeito e no apoio à comunidade LGBTQIAPN+, algo que se reflete, inclusive, na programação do próprio D-Edge, que sempre abriu espaço para a diversidade.", afirmou. A fala teria sido proferida por um convidado em um discurso de última hora.