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Resiliência e ascensão marcam finalistas improváveis de Roland Garros

Por Folha de São Paulo

10/06/2021 18h35 — em
Esportes



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Desde que foram definidas as semifinais da chave feminina de Roland Garros já se sabia que o torneio acabaria com uma inédita campeã de Grand Slam pelo sexto ano seguido.

Nesta quinta-feira (10), a russa Anastasia Pavlyuchenkova e a tcheca Barbora Krejcikova mantiveram vivas as esperanças de título com as vitórias sobre a eslovena Tamara Zidansek e a grega Maria Sakkari, respectivamente. Ela decidirão o título no sábado (12), às 10h (de Brasília), com transmissão dos canais BandSports e SporTV 3.

Pavlyuchenkova, 32ª colocada do ranking, foi a primeira a se garantir na decisão, ao derrotar Zidansek por 2 sets a 0 (7/5 e 6/3). Aos 29 anos, a russa avançou a uma decisão de Slam após ter parado seis vezes na fase de quartas de final anteriormente.

Número 1 do mundo e vencedora de dois Slams quando juvenil, ela se profissionalizou cedo e manteve certa regularidade na carreira, figurando no top 50 de forma ininterrupta desde 2008 e conquistando 12 títulos. Mas a expectativa de que pudesse repetir os feitos das compatriotas Maria Sharapova e Svetlana Kuznetsova e triunfar rapidamente nos principais palcos do esporte não se concretizaram.

Se não manteve no nível profissional a precocidade que marcou sua trajetória na adolescência, ela agora pode comemorar a resiliência, já que se tornou a primeira tenista a chegar a uma final de Slam depois de 50 tentativas. Foram 52 participações nesses eventos ao longo da carreira. Quem mais se aproximou desse número foi a italiana Roberta Vinci, finalista do US Open em 2015 após 44 campanhas.

"Tem sido uma longa estrada. Todo mundo tem caminhos diferentes", afirmou Pavlyuchenkova após a vitória nesta quinta. "Definitivamente, não esperava chegar à final neste ano. Acho que você não pode esperar essas coisas."

Quem também surpreendeu foi Krejcikova, 25, que superou um jogo dramático contra Sakkari para vencer por 2 sets a 1 (7/5, 4/6 e 9/7) na disputa estendida da terceira parcial.

A tcheca, 33ª colocada do ranking, salvou um match point e chegou a comemorar a vitória antes da hora, em bola duvidosa da adversária que ela e o juiz de linha consideraram ter saído, mas o árbitro de cadeira, não. No quinto match point a seu favor, enfim conseguiu fechar a partida após 3 horas e 18 minutos.

Krejcikova vive um momento ascendente da carreira em simples e entrou pela primeira vez no top 50 em março deste ano. Antes da edição passada de Roland Garros, nem mesmo entre as 100 melhores do ranking ela figurava.

Nas duplas, por outro lado, a tcheca já tem um currículo bastante respeitável: conquistou dois títulos de Slam (Roland Garros e Wimbledon) ao lado de Katerina Siniakova e foi número 1, em 2018. Possui ainda três troféus do Australian Open em duplas mistas. Neste ano, paralelamente à campanha inédita em simples, ela e Siniakova estão novamente nas semis de duplas em Paris.

A tcheca teve como mentora no início de carreira Jana Novotna, campeã de Wimbledon em 1998 e que morreu em 2017, vítima de um câncer.

"Eu sempre penso nela. Estou sempre me perguntando o que ela me diria depois de uma sequência dessas, todas essas vitórias e tudo mais", disse Krejcikova após seu jogo de quartas de final. "Ela apenas me diria que está muito orgulhosa. Isso é o que eu acho que ela faria. Ela me diria: 'apenas aproveite, continue'."

O confronto de sábado premiará uma das duas improváveis trajetórias rumo à final de Roland Garros. Após Garbiñe Muguruza, Jelena Ostapenko, Simona Halep, Ashleigh Barty e Iga Swiatek, chegou a hora de o Slam francês conhecer sua sexta campeã inédita consecutiva.


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