O Tribunal do Júri de São Carlos (SP) condenou Nayn José Sales a 9 anos e 4 meses de prisão em regime fechado pelo atropelamento da triatleta Luisa Baptista. A decisão, anunciada na noite desta quarta-feira (15) após um júri que se estendeu por mais de dez horas, acolheu a tese de tentativa de homicídio com dolo eventual, que reconhece que o réu assumiu o risco de causar a morte da atleta com sua conduta imprudente. 

Sales foi imediatamente detido no Fórum Criminal e levado a uma unidade prisional da região, marcando o início do cumprimento de sua pena, embora sua defesa já tenha comunicado que irá recorrer da decisão.

A tragédia ocorreu em 23 de dezembro de 2023, quando Luisa Baptista, uma das principais esperanças do triatlo brasileiro para as Olimpíadas de 2024, treinava ciclismo na Estrada Municipal Abel Terrugi, perto do distrito de Santa Eudóxia. A acusação sustentou que Nayn Sales dirigia uma motocicleta na contramão e sem possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além de ter dormido poucas horas na noite anterior ao incidente. Foi essa combinação de fatores que levou o júri a considerar que o motorista agiu com total desinteresse pela segurança alheia, configurando o dolo eventual, mesmo sem a intenção direta de matar.

O impacto do acidente foi devastador para a carreira e a saúde da atleta. Luisa permaneceu em coma por dois meses e encarou uma longa jornada de 167 dias de internação em quatro hospitais diferentes. Desde que recebeu alta, a triatleta segue em processo de intensa recuperação e já manifestou publicamente a descrença de que conseguirá retornar ao alto rendimento em competições.