Maradona em última entrevista: 'me pergunto se o povo continuará me amando'
A última entrevista concedida por Diego Armando Maradona foi publicada nesta quarta-feira (25) pela revista Clarín, diante da morte do ídolo do futebol mundial.
Na conversa, o ex-jogador de 60 anos mostrou como era importante para ele sentir o amor do público, e se preocupava em perder esse carinho: "Ao povo vou ser eternamente grato. Todos os dias me surpreendem. O que vivi neste retorno ao futebol argentino não vou me esquecer jamais. Superou tudo o que eu podia imaginar. Estive muito tempo fora e às vezes me pergunto se o povo vai seguir me amando. Se seguirão sentindo a mesma coisa", disse.
Maradona falou, ainda, sobre o que sentiu quando voltou aos gramados como técnico do Gimnasia: "Quando entrei no campo do Gimnasia no dia da apresentação senti que o amor com o povo nunca vai terminar".
O ídolo disse, ainda, na ocasião do seu aniversário de 60 anos: "fui e sou muito feliz". No entanto, ele admitiu que o vício em drogas encurtou a sua carreira.
Ele também disse que todos os dias sentia saudades da mãe, que morreu em 2011: "O futebol me deu tudo o que tenho. Mais do que poderia imaginar. Se não tivesse tido o vício poderia ter jogado muito mais. Mas hoje isso é passado. Estou bem e o que mais lamento é não ter mais "meus velhos" (os pais). Sempre faço esse pedido, queria um dia mais com a Tota (mãe), mas sei que ela está no céu, orgulhosa de mim e que foi muito feliz.".
Pandemia - Maradona falou a pandemia do novo coronavírus. Ele precisou se despedir de um cunhado, e teve a irmã infectada. "Meu desejo é que passe o quanto antes esta pandemia e que a minha Argentina possa seguir adiante. Quero a todos argentinos bem, temos um país maravilhoso e confio que nosso presidente vai poder nos tirar deste momento", disse ele se referindo ao recém eleito presidente, Alberto Fernandéz.
O atleta também mostrou preocupação pelas causas sociais, o que sempre foi tema de debate para ele: "Me dá muita pena quando vejo crianças que não têm o que comer e eu sei o que é passar fome. Sei o que sentem na "pança" quando não comem por vários dias e isso não pode acontecer no meu país. Esse é o meu desejo, ver os argentinos felizes, com trabalho e comendo todos os dias.".
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