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Jogador do CSA denuncia ataques racistas após 'Fala, Zezé' contra Cruzeiro

Por Folha de São Paulo

27/09/2021 20h35 — em
Esportes



SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O atacante Iury Castilho, do CSA, foi alvo de racismo por parte de um torcedor do Cruzeiro na noite deste domingo (26). O ato se deu após o duelo entre as duas equipes, realizado no domingo pela Série B, que acabou em vitória para a equipe alagoana por 2 a 1.

Autor do gol que deu a vitória ao seu time, o jogador sofreu os ataques após ironizar o adversário dentro de campo. Na comemoração, ele fez gesto com as mãos imitando um telefone e dizendo "fala, Zezé", em referência ao episódio que ficou famoso e virou meme com um áudio vazado do meia Thiago Neves, em 2019, em conversa com o então dirigente celeste Zezé Perrella.

Nas mensagens, exibidas no Instagram do atleta, o torcedor chama Iury de "macaco" e "preto filho da p*", entre outros termos pejorativos. Ele também enviou um áudio ao atacante de 26 anos.

"Macaco, filho da égua. Respeita, respeita, ô, desgraçado. Filho da p, o c* preto da sua mãe, seu c*, filho da p*, arrombado, desgraçado, preto f*, filho da p*. Vai tomar no seu c*, desgraçado, macaco", disse o homem, que teve o perfil apagado pouco tempo depois.

Logo após denunciar os ataques racistas para seus seguidores, Iury recebeu uma série de mensagens de apoio e republicou algumas delas em seu perfil.

Em nota oficial, o CSA repudiou os ataques e disse que "não há espaço para atitudes como essas".

Veja a nota oficial do CSA:

"O Maior de Alagoas repudia os ataques racistas sofridos pelo atleta Iury Castilho, através das redes sociais. Não há espaço para atitudes como essas, pois estamos sempre lutando para que casos assim não acontecem mais e que os responsáveis sejam exemplarmente punidos. Essa deve ser uma luta diária e de todos nós. Continuaremos almejando a tão sonhada transformação em busca de mais respeito e igualdade. A dignidade e o caráter de alguém jamais deve ser diminuída em virtude da sua raça. Somos um país múltiplo, que não pode ser omisso em situações como essa. Episódios assim mancham o futebol e a sociedade em sua totalidade, pelo viés racista e ofensivo à dignidade da pessoa. Recentemente, passamos uma mensagem de apoio ao atleta Celsinho, do Londrina, que também foi vítima de desse preconceito odiento. Temos orgulho em carregar, em um dos mantos, a frase 'Diga não ao racismo'. O futebol é uma arma para transformações de pessoas, e o CSA segue em busca disso. Esperamos que todos os racistas sofram punições severas até que isso acabe. Futebol é paz, amor e alegria. E temos a certeza que esse ato não representa a torcida do Cruzeiro, que em sua maioria absoluta prega pelo respeito e combate ataques discriminatórios."


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