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Em pior momento à frente do Flamengo, Landim tenta se reeleger

Por Folha de São Paulo

03/12/2021 15h06 — em
Esportes



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma semana depois de perder o título da Libertadores para o Palmeiras, o Flamengo volta a vivenciar um sábado (4) de decisão. Sócios e conselheiros do clube deverão comparecer na sede da Gávea, no Rio de Janeiro, das 8h até às 21h, para eleger o presidente para o próximo triênio (2022 a 2024).

São quatro candidatos: o atual mandatário Rodolfo Landim (chapa UniFla) tentará a reeleição diante da concorrência do advogado Marco Aurélio Assef (Sempre Flamengo), do administrador Ricardo Hinrichsen (Flamengo sem Fronteiras) e do advogado Walter Monteiro (Flamengo Maior).

O resultado será divulgado horas depois do fechamento das urnas. O clube estima que quase 6.500 pessoas deverão comparecer ao pleito. Landim é o mais cotado para ganhar, mas a fase ruim em campo tornou-se um barril de pólvora.

Ex-diretor da Petrobras, o engenheiro civil e empresário assumiu o Flamengo em janeiro de 2019.

Antes braço direito de Eike Batista, Landim também se aproximou do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

Embora a diretoria flamenguista negue preferências políticas, Bolsonaro editou a MP do Mandante, medida provisória 984, de junho de 2020, que dava ao clube anfitrião o direito exclusivo de transmitir o jogo ou negociar a transmissão, após almoçar com Landim, em Brasília.

O texto não passou pelas casas do Congresso e, após 120 dias de sua publicação no Diário Oficial, caducou. Nesse período, porém, o Flamengo adotou a MP para exibir partidas do Estadual do Rio (torneio que o time não tinha acordo com a Globo) em seus canais na internet.

Landim participou da gestão de seu antecessor, Eduardo Bandeira de Mello, que iniciou a reestruturação financeira do clube (com uma dívida de R$ 741 milhões, em 2013), mas obteve mais fracassos que sucessos (dois títulos estaduais, em 2014 e 2017, e a Copa do Brasil, em 2013) em campo.

Nos dois primeiros anos de Landim, o Flamengo voltou a ganhar a Libertadores, em 2019, e enfileirou duas taças do Campeonato Brasileiro (2019 e 2020). Fora de campo, logo no início de sua gestão, ele teve de lidar com um incêndio no Ninho do Urubu, episódio que terminou com a morte de dez jovens jogadores da base.

O dirigente viu a culpa da tragédia recair sobre Bandeira de Mello, mas sua diretoria tem sido a responsável por negociar indenizações para os familiares dos mortos.

Aliados de sua gestão destacam, apesar da crise do coronavírus, a capacidade do Flamengo em alavancar receitas. Foram R$ 668 milhões, em 2020, em meio à pandemia de Covid-19. Dado publicado no balanço da agremiação.

O orçamento para 2022 prevê faturamento de R$ 1 bilhão e um superavit de R$ 186 milhões.

O caminho estaria mais livre à atual gestão caso o time não desapontasse em campo. Acostumado com as glórias recentes, a torcida não poupou Landim na vitória do Flamengo sobre o Ceará por 2 a 1, na terça-feira (30). Foi o primeiro jogo da equipe no Maracanã após ter sido superada pelo Palmeiras, em Montevidéu (URU), na decisão da Libertadores.

Antes da final, a situação no departamento de futebol já não era confortável. De acordo com o vice-presidente Marcos Braz, em entrevista ao site GE, no último dia 24, o setor deverá passar por uma reestruturação.

Além da competição continental, o time foi eliminado na semifinal da Copa do Brasil pelo Athletico, em pleno Maracanã. O clube também não foi páreo para o Atlético-MG no Campeonato Brasileiro.

Com isso, a temporada terminará marcada não somente pelos insucessos em campo, mas pela demissão dos técnicos Rogério Ceni e Renato Gaúcho.

O Estadual do Rio de Janeiro e a Supercopa do Brasil, diante do Palmeiras, foram os títulos conquistados. Pouco para a torcida do time de elenco mais caro no futebol nacional.

Procurado pela reportagem, Landim não atendeu aos pedidos de entrevista.


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