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Abel acusa o golpe após atentado, e Palmeiras não esconde decepção

Por Folha de São Paulo

11/08/2025 9h45 — em
Esportes



SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - No domingo de dia dos pais, o técnico Abel Ferreira, que tanto gosta de falar de sua família, deixou a sala de coletivas do Allianz Parque com a decepção estampada no rosto. Em campo, o Palmeiras havia vencido o Ceará de virada por 2 a 1, mas a causa do sentimento estava muito além das quatro linhas.

"Apesar desta segunda-feira (11) ser dia dos pais, estou muito... Temos uma história juntos, eu e o Palmeiras, eu e os 20 milhões de torcedores do Palmeiras. Chegar em casa e suas filhas te perguntarem porque os torcedores do Palmeiras estão te xingando... É difícil explicar a elas porque nem eu mesmo sei explicar", disse o técnico alviverde.

Abel acusou o golpe de uma semana dura. Não foram só os xingamentos e as críticas, que ele vê como infundadas, mas também o atentado... A somatória era o que o rosto do português estampava.

O local ficou por mais de 45 minutos silencioso aguardando a chegada de Abel, um tempo um pouco maior do que geralmente acontece. Nesse tempo, o português também estava quieto em sua própria sala, antes de se dirigir para o encontro com os jornalistas.

Após a entrevista, comentei com um dos profissionais do Palmeiras: "Abel parece decepcionado". A resposta dele não veio em palavras, mas foi clara: seu rosto formou a mesma expressão do treinador depois da entrevista. Como quem diz: e poderia ser diferente?

O atentado da madrugada ganhou ecos no Allianz Parque. Logo na chegada, faixas de protesto criticavam diretoria, presidência, pediam a saída de Abel e ameaçavam: "Calma é o caralh... Acabou a paz". Quando a organizada entoou tais afirmações, foi vaiada pelo restante do estádio.

O torcedor comum, porém, também não estava em seu melhor estado de espírito. O Allianz não foi o caldeirão que costuma ser nem mesmo nos primeiros 15 minutos. As vaias endereçadas à organizada foram a única manifestação até o pênalti que empataria o jogo já no segundo tempo.

Em campo, o time também não fez muito para mudar o cenário das arquibancadas. O Palmeiras não fez um bom jogo, mas conseguiu a virada com Flaco López sendo decisivo com gol de pênalti e bom passe para o segundo.

A virada, porém, não acarretou efusivas comemorações como outrora. A música do time da virada ecoou após o sistema de som incentivar, sim, mas durou pouco. Após o apito final, aplausos tímidos e rápidos de um público menor do que o Palmeiras estava acostumado a ver no Allianz, pouco mais de 27 mil presentes.

O Verdão tem pela frente agora sua maior chance de afastar o clima estranho que rondou o Allianz neste domingo: a Libertadores. Talvez só essa competição seja capaz de reatar o vínculo de orgulho, e não decepção, entre Abel Ferreira, Palmeiras e seu torcedor.


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