A "pegadinha"que deu a Graça Figueiredo as ferramentas para derrotar seu arquirrival
Uma rasteira aqui, uma pernada ali, são marcas de uma convivência dificil entre dois dos desembargadores mais antigos do Tribunal de Justiça do Amazonas. A relação conturbada entre Graça Figueiredo e Ari Moutinho afeta a funcionalidade do Poder Judiciário no Amazonas e pode ter outros desdobramentos, dado o grau de animosidade que cerca os dois magistrados.
A anulação da sessão que definiu a criação de sete novas vagas de desembargador ocorreu porque o presidente Ari Moutinho caiu numa "pegadinha" de Graça Figueiredo. Ela sabia que se pedisse vista do processo administrativo e do projeto de lei que alterava a composição do Tribunal de Justiça - um direito que lhe garante o regimento do JAM - ele negaria, dando-lhe as ferramentas para recorrer ao CNJ e anular a sessão. Ari não percebeu isso e o resultado está aí: Graça sai vencedora de mais uma batalha contra aquele que é visto como seu arquirrival. Ou talvez o grande amigo do passado...
O conselheiro Rubens Curado Ribeiro não apenas atendeu ao pedido da desembargadora, mas deu um puxão de orelhas na atual diretoria do tribunal. Diz ele que : "Vale ressaltar a importância de o tema ser ampla e democraticamente debatido no âmbito do Tribunal, que de acordo com o Relatório Justiça em Números 2013, com dados relativos ao ano de 2012, o 2º grau de jurisdição do TJAM é um dos menos eficientes do Brasil. Basta dizer que o número de processos baixados por Desembargador foi de apenas 223 (duzentos e vinte e três), enquanto que a média nacional alcançou 1.193 (mil cento e noventa e três) processos."
ASSUNTOS: Editorial