Secretário do Tesouro diz que não é o fim do mundo não aprovar partes da Previdência este ano
BRASÍLIA - O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que se o governo federal não conseguir aprovar partes da reforma da Previdência até o fim do ano não é o fim do mundo. Segundo ele, o que é preciso é passar o grande ajuste em 2019. Ele participou da reunião com a equipe do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Quando questionado se teria sido convidado a permanecer no cargo, ele desconversou:
- Vim só apresentar dados fiscais.
Mansueto afirmou que mudanças pontuais podem ajudar, mas não resolvem o principal problema. Para adotar a idade mínima e outras alterações tem de ser por emenda constitucional, que é mais difícil de passar no Congresso Nacional e não pode ser votada enquanto houver intervenção militar no Rio de Janeiro.
- Ninguém está falando em mudar pontualmente. O que o mercado espera não é reforma da Previdência até novembro ou dezembro. É que a reforma da Previdência ocorra em 2019 - disse Mansueto. - O que importa é aprovar a Previdência no ano que vem. Se não conseguir aprovar nada neste ano, não é o fim do mundo.
De acordo com o secretário, na próxima segunda-feira, o Tesouro Nacional divulgará dados que mostram que as despesas dos estados são concentradas em um gasto: com pessoal, ativo e inativo.
- O importante é aprovar a reforma da Previdência. Sem aprovar a reforma da Previdência, não haverá ajuste fiscal no Brasil.
Na saída do CCBB, onde a equipe de transição trabalha, o secretário afirmou que a dinâmica dos gastos do governo está melhor, ressaltando que ele mesmo não tem mais motorista e nem carro do Estado. Mansueto afirmou ainda que o teto de despesas estabelecido vai fazer com que o governo tenha que reduzir ainda mais, mas isso só será possível com a reforma.
- O cumprimento do teto dos gastos vai sugerir uma mudança da dinâmica das despesas obrigatórias e vai exigir a reforma da Previdência e a redução de despesa com pessoal. Cumprindo o teto dos gastos, essa despesa será reduzida em 2% do PIB. Isso nunca aconteceu no Brasil pós 1988.
Questionado sobre o reajuste aprovado para o Judiciário e a possibilidade de este ser vetado pelo presidente da República, Mansueto afirmou que o assunto tem de ser discutido no Congresso Nacional, que é soberano.
- Estamos numa democracia . É uma discussão que tem de ser feita no Congresso Nacional. O ajuste fiscal no Brasil vai precisar de muito debate e muita conversa.
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