Petroleiros protestam contra venda de refinaria e preços da Petrobras com gasolina mais barata
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Petroleiros aproveitaram a alta dos combustíveis para fazer um protesto contra a política de preços e a venda de refinarias da Petrobras. A FUP (Federação Única dos Petroleiros) e sindicatos filiados à entidade venderam nesta quinta-feira (3) combustíveis a preços subsidiados. O litro da gasolina foi vendido a R$ 3,50, e o diesel a R$ 3,09. O botijão de 13 kg do gás de cozinha, a R$ 40. Nas ações, que ocorreram nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Manaus, Belém e Recife, além de Simões Filho e Feira de Santana (BA), motos foram abastecidas com no máximo 10 litros, e carros, 20 litros. Foram priorizados motoristas de aplicativos, taxistas, motoboys e caminhoneiros. Já a venda de gás foi direcionada às periferias. Segundo a FUP, foram vendidos 22 mil litros de gasolina, 10 mil litros de óleo diesel e 450 botijões a preços que, nos cálculos da entidade, cobririam custos internos de produção da Petrobras, incluindo lucro para produtores, distribuidores e revendedores. Os petroleiros são contrários ao PPI (preço de paridade de importação), que compõe a formação dos preços dos combustíveis no país desde 2016, e temem que haja criação de monopólios regionais com a venda de refinarias da Petrobras. "Essa política de preços está diretamente ligada à venda das refinarias. Se essa política não existisse, a venda das refinarias seria muito mais difícil, porque os investidores internacionais não teriam interesse em comprá-las", afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. A venda de 8 das 13 refinarias da Petrobras foi acordada com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em junho de 2019, que criou restrições para tentar evitar a formação de monopólios regionais privados no mercado brasileiro de refino. Em fevereiro, o fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, fez a melhor oferta pela Rlam (Refinaria Landulpho Alves), em São Francisco do Conde, na Bahia. O fundo ofereceu US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 9,3 bilhões). Se confirmada -o negócio depende de aprovação pelos órgãos competentes- será a primeira venda de refinaria da estatal. De acordo com a FUP, petroleiros dos estados do Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo irão iniciar uma greve nesta sexta-feira (5). Segundo a entidade, os trabalhadores denunciam "assédio moral, que se traduzem em jornadas exaustivas e multifunções em trabalho presencial e remoto". Em nota, a Petrobras disse que entidades sindicais atrelam o movimento grevista ao desinvestimento de ativos da estatal. "A companhia esclarece que uma eventual greve com essa motivação não preenche os requisitos legais para o exercício do direito de greve, podendo ser considerada abusiva", afirmou.
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