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Oncoclínicas quer trocar R$ 433 milhões em CDBs do Master por participação de Vorcaro na companhia

Por Folha de São Paulo

18/11/2025 17h26 — em
Economia



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Oncoclínicas, que tem R$ 433 milhões em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) do Banco Master de Investimento, pretende trocar o valor devido pela participação de cerca de 15% de Daniel Vorcaro na companhia, informou a empresa mercado nesta terça-feira (18).

A empresa diz que "tomará todas as medidas cabíveis" para comprar os fundos Tessália e Quíron, que pertencem ao Master. Considerando o valor das ações de segunda (17), a participação de ambos na companhia equivale a aproximadamente R$ 203 milhões.

Ao fim de outubro, a companhia acordou com o Banco Master que poderia utilizar o saldo do investimento nos CDBs como pagamento pelos fundos, desde que esse investimento tivesse vencimento antecipado, como aconteceu nesta terça, com a intervenção do Banco Central.

Dos R$ 433 milhões investidos em CDBs do Master, a Oncoclínicas já havia provisionado R$ 217 milhões em balanço, "em função do rebaixamento do crédito dessas instituições financeiras junto à agência de classificação de risco, ocorrido durante os meses de setembro e outubro, e em linha com a observância às normas contábeis."

Assim, a atual exposição contábil, líquida do provisionamento já efetuado, é estimada em R$ 216 milhões. A empresa passa por um processo de redução em seus débitos, com R$ 2,9 bilhões em dívida líquida no terceiro trimestre, período no qual teve um prejuízo líquido de R$ 1,88 bilhão.

As ações da Oncoclínicas operam em forte queda de 9% ao fim do pregão desta terça, indo a R$ 1,88.

O QUE ACONTECEU COM O BANCO MASTER?

O Banco Central decretou nesta terça a liquidação do Banco Master, enquanto a Polícia Federal prendeu seu controlador, o banqueiro Daniel Vorcaro, depois de a instituição enfrentar dificuldades financeiras por meses.

"A decretação do regime especial nas instituições foi motivada pela grave crise de liquidez do conglomerado Master e pelo comprometimento significativo da sua situação econômico-financeira, bem como por graves violações às normas que regem a atividade das instituições integrantes do SFN [sistema financeiro nacional]", disse a autoridade monetária em nota.

A liquidação do Banco Master deve representar a maior operação de resgate do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que precisará honrar R$ 41 milhões para cerca de 1,6 milhão de credores com depósitos e investimentos elegíveis ao pagamento da garantia. A avaliação é que o caso não traz risco para o sistema financeiro, uma vez que o FGC tem R$ 122 bilhões em caixa.

O BC também colocou o Banco Master Múltiplo, que integra o conglomerado, sob regime de administração especial temporária por até 120 dias. Apenas o Will Bank foi preservado devido ao interesse de investidores em adquirir o banco digital.


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