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Madrugada de compras na véspera da Black Friday foi menos movimentada, diz Nielsen

Por Folha de São Paulo

27/11/2020 21h04 — em
Economia



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Além da aposta massiva de ofertas em sites e aplicativos, a Black Friday da pandemia tem uma nova característica: a mudança no horário das compras. Segundo a consultoria Nielsen, o novo comportamento dos consumidores resultou em uma madrugada de quinta para sexta-feira menos movimentada do que em 2019.

"O consumidor segue comprando e aproveitando o momento, mas percebemos um novo comportamento resultado da pandemia: a mudança no horário de compra, indicando que as vendas podem ter sido antecipadas", afirma Julia Avila, líder de Ebit|Nielsen,

As vendas no online movimentaram, segundo a Nielsen, R$ 923,4 milhões até as 23h59 de quinta-feira (26), véspera da Black Friday. Mesmo com o movimento fraco na madrugada, as vendas tiveram crescimento nominal de 41% em relação à mesma data em 2019.

O valor médio das compras foi de R$ 576, alta de 9,8% em comparação com a mesma data no ano passado. Foram realizados 1,6 milhão de pedidos (compras concluídas), crescimento de 15%.

"As pessoas ficaram em casa trabalhando e não precisaram passar a noite em claro para acompanhar alguma oferta. Isso se refletiu nos primeiros números de sexta", disse Ávila.

De acordo com Fernando Gamboa, sócio da KPMG, a Black Friday deste ano tem como principais preocupações a falta de insumos no mercado, a segurança no ambiente físico, por causa dos protocolos sanitários da Covid-19, e digital, por causa da segurança dos dados na Internet. Ele afirma que o investimento em logística é cada vez mais importante para o evento.

"A logística de entrega é um problema. Todo mundo quer receber o produto na data em que está pactuada e hoje em dia todo mundo quer frete gratuito", afirma.

Segundo sondagem da CNI (Confederação Nacional da Indústria), em novembro, 75% das indústrias enfrentam dificuldades para conseguir insumos domésticos. A entidade afirma que mais da metade do setor está com dificuldade para atender as demandas.

"Apesar da recuperação da produção industrial nos últimos meses, os estoques iniciaram novembro ainda baixos, aumentando a dificuldade de se conseguir insumos nacionais", diz em nota Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.

Para Gamboa, da KPMG, o evento deste ano tem sido marcado por descontos em produtos selecionados.

"Essa Black Friday é muito atípica. O consumidor está estressado financeiramente, mas tem a oportunidade antecipar compras de Natal e fazer menos compras por impulso", disse.

De acordo com uma sondagem da Samsung sobre tendências desta Black Friday, neste ano os consumidores estão atentos a monitoradores de preços. As ferramentas mais utilizadas são comparadores de preços (61%), alertas de preços (50%), redes sociais (48%) e comerciais de TV (42%).

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