SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Gol informou nesta terça-feira (20) que a Justiça dos EUA aprovou o plano de reorganização da companhia aérea. Com essa etapa concluída, a empresa prevê sair do Chapter 11 (equivalente à recuperação judicial) em junho deste ano.

As ações da Gol estão em disparada no pregão da B3 desta terça-feira (20), após a companhia aérea afirmar que teve o plano de reestruturação aprovado nos Estados Unidos.

Às 15h40, os papéis subiam 12,09%, cotados a R$ 1,02. O Ibovespa, que deixou de ter a Gol na carteira teórica em 2024, tinha queda de 0,14% no mesmo horário, a 139.440 pontos.

A Gol afirma que, para concluir o Chapter 11, a companhia realizará, em 30 de maio, a assembleia geral para aprovar o aumento de capital previsto no plano de reorganização.

Ainda em maio, a empresa aérea havia anunciado ao mercado que um financiamento de US$ 1,9 bilhão junto a credores e investidores para fornecer capital e pagar integralmente o vencimento do DIP (debtor in possession, uma forma de empréstimo) da companhia no momento da saída.

Ao todo, a Gol contratou US$ 1 bilhão em financiamento debtor-in-possession, modalidade específica para empresas em situação financeira difícil.

A Gol afirma que reduzirá significativamente seu endividamento, com a conversão em capital próprio ou extinção de até aproximadamente US$ 1,6 bilhão em dívidas financeiras pré-Chapter 11 e de até US$ 850 milhões em outras obrigações.

"A GOL está entrando em sua próxima fase com uma forte posição de mercado e a melhor oferta aos clientes, enquanto continua a reconstruir sua malha em mercados-chave".

A companhia aérea afirma que sairá do Chapter 11 "com uma forte posição de liquidez de aproximadamente US$ 900 milhões" e com uma frota renovada de aeronaves Boeing 737. Em 2024, a Gol reformou mais de 50 motores e planeja recuperar todas as aeronaves até o primeiro trimestre de 2026. A empresa também prevê o recebimento de cinco aviões Boeing 737 MAX adicionais ainda neste ano.

A Gol e as suas subsidiárias entraram com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos em janeiro de 2024, quando a companhia aérea anunciou US$ 8,3 bilhões em dívidas. O pedido foi aceito na época pelo juiz-chefe da corte de falências de Nova York, Martin Glenn.

Conforme a decisão, as partes, sejam pessoas físicas, sócios, corporações, estrangeiras ou nacionais, ficaram proibidos de abrir ou dar continuidade a quaisquer ações judiciais ou administrativas contra os devedores.

Eles também não podem executar, contra os devedores ou seus bens, sentenças obtidas antes do início do processo conhecido como chapter 11, entre outros impedimentos.

Neste meio-tempo também, a Gol entra em conversa com a Azul para uma fusão entre as duas empresas, que, juntas, representaram mais de 60% do mercado aéreo brasileiro em setembro deste ano, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

No começo de maio deste ano, a Gol anunciou que chegou a acordo com um grupo relevante de credores, que se comprometeu a adquirir US$ 125 milhões em novos títulos emitidos pela companhia.