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Inflação de 2021 atingiu mais a classe média e ficou abaixo de 10% para alta renda

Por Folha de São Paulo

18/01/2022 12h06 — em
Economia



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A inflação para famílias com renda mensal de até R$ 8.957 superou os 10,06% registrados pelo IPCA (índice de preços ao consumidor) apurado em 2021. Já aquelas com renda acima desse patamar tiveram uma inflação abaixo de 10%.

De acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, a inflação chegou a 10,40% para as famílias de renda média-baixa (R$ 2.702,88 a R$ 4.506,46) e 10,26% naquelas classificadas como renda média (R$ 4.506,47 a R$ 8.956,26).

Para a renda muito baixa e baixa (abaixo de R$ 2.702,88), o indicador ficou em 10,10% e 10,08%, respectivamente.

Nas faixas de renda média-alta e alta (acima de R$ 8.956,26), a inflação ficou em 9,66% e 9,54% no acumulado do ano, segundo o Ipea.

A diferença entre a inflação nos dois extremos de renda (muito baixa e alta) foi de 0,54 ponto percentual, resultado bem inferior aos 3,48 pontos percentuais registrados em 2020.

Essa diferença maior no ano retrasado foi explicada pelo comportamento dos serviços, que pesam mais na cesta de consumo dos mais ricos e tiveram queda de preços no período de maior restrição de circulação.

A pesquisadora Maria Andreia Lameiras, autora do indicador mensal, afirma que, no caso das famílias de renda muito baixa, a pressão inflacionária veio sobretudo do grupo habitação (3,64%), impactado pelos reajustes de 21,2% das tarifas de energia elétrica e de 37% do gás de botijão.

Para as famílias de renda alta, o impacto foi maior no grupo transporte (5,35%), em virtude do aumento de 47,5% da gasolina e de 62,2% do etanol.

A inflação no Brasil ficou entre as maiores do mundo no ano passado. A alta de preços surpreendeu economistas e autoridades em diversos países.

Para 2022, a expectativa é de uma queda no índice de preços, mas com risco de novo estouro da meta, cujo limite é 5%.

Na carta divulgada para explicar o estouro da meta de inflação em 2021, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, atribuiu a inflação em 2021 a sucessivos choques de custos e enfatizou que se trata de um movimento observado também em outros países.

Ele destacou que, no Brasil, houve o efeito adicional da crise de energia. Afirmou também que, embora a contribuição da taxa de câmbio para a inflação tenha sido menor que em 2020, houve a quebra no padrão histórico de apreciação da moeda nacional durante ciclos de elevação nos preços das commodities exportadas pelo país. Dessa forma, o país foi duplamente afetado pela alta desses produtos.

No documento, o BC reitera que irá manter o ciclo de alta da taxa básica de juros, atualmente em 9,25% ao ano, para trazer a inflação à meta.


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