Ibovespa fecha em alta com ajustes, mas ainda abaixo de 159 mil pontos
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 8 Dez (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, com as ações da Petrobras entre os principais suportes, em pregão de ajustes na bolsa paulista, após forte correção negativa na última sessão desencadeada por preocupações com o cenário eleitoral para 2026.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,52%, a 158.187,43 pontos, tendo marcado 159.235,36 pontos na máxima e 157.369,36 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$27,16 bilhões.
Na última sexta-feira, o Ibovespa superou os 165 mil pontos pela primeira vez na sua história no melhor momento, mas o clima azedou após anúncio de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi escolhido pelo pai para ser candidato a presidente da República em 2026. No fechamento, o Ibovespa caiu mais de 4%.
No domingo, Flávio afirmou que há possibilidade de não ir até o fim na disputa, mas que sua desistência teria um preço. Nesta segunda-feira, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, disse que sua candidatura é irreversível.
De acordo com o analista Nícolas Merola, da EQI Research, a correção na sexta-feira foi forte, muitas ordens de "stop loss" sendo acionadas, muitos limites de risco batendo. Na sequência, acrescentou, gestores olham suas posições e começam a rebalancear seus portfólios, o que endossou essa recuperação.
Ele ressaltou, contudo, que o episódio da sexta-feira foi "determinante para poder dizer que, agora sim, o cenário eleitoral vai começar a ser muito bem precificado e vai começar a afetar mais drasticamente os preços".
O estrategista-chefe da XP, Fernando Ferreira, afirmou que a expectativa é de aumento da volatilidade no mercado brasileiro no próximo ano por causa das eleições, que deve ganhar peso na dinâmica do mercado brasileiro em 2026. "Na sexta-feira, tivemos um preâmbulo disso", acrescentou.
Com a cena política ainda no radar, agentes financeiros também se prepararam para as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil na quarta-feira, com as apostas sinalizando queda da taxa básica de juros norte-americana e estabilidade na Selic.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN subiu 0,92% e PETROBRAS ON encerrou com elevação de 1,34%, refletindo ajustes, mesmo com a queda do petróleo no exterior. Um gerente da estatal também disse que a Petrobras planeja participar do leilão de reserva de capacidade em 2026.
- B3 ON valorizou-se 2,43%, recuperando-se após perdas expressivas na sexta-feira, quando desabou 6,7%.
- BANCO DO BRASIL ON avançou 2,08%, em pregão com fechamento misto no setor após ensaiar uma recuperação das perdas expressivas da sexta-feira. BRADESCO PN subiu 0,72% e ITAÚ UNIBANCO PN fechou com variação positiva de 0,48%, mas SANTANDER BRASIL UNIT cedeu 0,96%.
- VALE ON caiu 0,68%, abandonando o sinal positivo do começo do pregão e também pesando no Ibovespa, uma vez que sucumbiu à queda dos futuros do minério de ferro na China. O UBS BB reiterou a recomendação neutra para a ação da mineradora, mas elevou o preço-alvo do ADR de US$11 para US$12.
- IRB (RE) ON saltou 10,2%, após relatório do JPMorgan elevando a recomendação da ação de "underweight" para "overweight" e o preço-alvo do papel de R$54 para R$64.
- LOJAS RENNER ON avançou 2,59%, em pregão com evento da varejista com investidores, além de divulgação de previsões, incluindo estimativa de crescimento anual de receita operacional líquida de varejo de 9% a 13% para 2026 a 2030, e anúncio de programa de recompra de até 75 milhões de ações.
- HAPVIDA ON caiu 6,01%, renovando mínimas históricas e ampliando a correção desde a frustração com o balanço do terceiro trimestre. Dados recentes da ANS também mostraram queda no número de usuários da Hapvida em outubro. No ano, ação da empresa de planos de saúde perde cerca de 59%.
(Por Paula Arend Laier; Edição Igor Sodré)
ASSUNTOS: Economia