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Fundador vende 49% da ‘Rolling Stone’ para start-up de Cingapura

Por Agência O Globo

25/09/2016 20h52 — em
Economia



CINGAPURA - Os tempos mudam. Em 1967, Jann Wenner pediu um empréstimo a parentes e à futura mulher para fundar a “Rolling Stone”. Quarenta e nove anos depois, o fundador precisou recorrer a um dos filhos do nono homem mais rico de Cingapura para manter viva a mais icônica das revistas de música. Passando por dificuldades em sua transição para a mídia digital, a Wenner Media anunciou neste domingo a venda de uma fatia de 49% da “Rolling Stone” para a BandLab Technologies, admitindo um investidor externo pela primeira vez na história da publicação. O valor da transação não foi revelado.

Durante cinco décadas, a “Rolling Stone” se consolidou como uma referência da cultura pop americana mas vem perdendo anunciantes e leitores em um mercado disputado por publicações on-line. Em 2014, Wenner delegou a seu filho Gus a missão de desenvolver uma estratégia digital para a revista. A venda de uma participação de 49% para a BandLab foi a forma encontrada para levantar a maior quantidade possível de recursos sem abrir mão do controle da revista.

— É um momento importante. Há uma grande oportunidade para usarmos a marca em diferentes áreas e mercados — afirmou Gus Wenner.

Ele ponderou que, embora “o crescimento no meio digital venha sendo fantástico”, seu pai e ele chegaram à conclusão que precisavam de um sócio na Ásia para transformar seu negócio. A BandLab, espécie de plataforma social on-line para criação de músicas, foi fundada no ano passado por Kuok Meng Ru, um matemático de 28 anos formado por Cambridge que é herdeiro da Wilmar International, maior produtora de óleo de palma do mundo. A fortuna do seu pai, Kuok Khoon Hong, é estimada em US$ 2,5 bilhões pela “Forbes”.

A BandLab não terá influência sobre o lado editorial da “Rolling Stone”, mas comandará a nova subsidiária Rolling Stone International, cujo foco será a organização de eventos e o lançamento de produtos com a marca.

— Nossa parceria é focada na expansão da marca para áreas que não havíamos explorado em profundidade no passado — acrescentou Wenner.

A parceria ocorre em um momento de perda de receitas publicitárias para a “Rolling Stone” e em que sua credibilidade jornalística está em xeque. Este ano, o número de páginas de anúncios na versão americana caiu 14% em comparação com o mesmo período de 2015.

Em 2014, a revista publicou um artigo sobre um estupro coletivo que teria ocorrido em uma fraternidade de alunos da Universidade de Virgínia. Após a publicação, descobriu-se que a história era falsa, levando a revista a pedir uma investigação independente pela faculdade de jornalismo de Columbia. A “Rolling Stone” está sendo processada pela fraternidade e por uma representante dos alunos da universidade, em ações que exigem milhões de dólares em indenização.


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