Compartilhe este texto

Dólar cai a R$ 3,12, menor valor desde julho de 2015, com fluxo de repatriação

Por Agência O Globo

24/10/2016 17h00 — em
Economia



RIO - O fluxo de recursos trazido pela lei de repatriação e notícias positivas sobre a tendência da economia do país fizeram o dólar fechar nesta segunda-feira no menor valor desde julho de 2015. O dólar comercial recuou 1,35% na sessão, encerrando em R$ 3,121. Na mínima, a divisa chegou a valer R$ 3,119.

No mercado acionário, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a atingir a maior pontuação desde 3 de abril de 2012, mas perdeu fôlego no fim do dia e acabou fechando em queda de 0,07%. Mesmo assim, conseguiu se manter acima dos 64 mil pontos, encerrando aos 64.059 pontos. A Bolsa acumula alta de 47,8% no ano. Quando considerado seu valor em dólar, as ações brasileiras registraram uma disparada de 87,3% em 2016. Em capitalização de mercado, a Bolsa brasileira ganhou US$ 334,7 bilhões este ano, valor equivalente a quase toda a Bolsa do México (US$ 357,7 bilhões), que valia mais que a Bovespa apenas sete meses atrás.

Com a desvalorização registrada nesta segunda, o dólar comercial, que fechara 2015 valendo R$ 3,95, acumula perda de 21% no ano. Foi a maior desvalorização para esse período desde 2009, na esteira da crise financeira global. Assim, o real foi a moeda que mais se fortaleceu no mundo em 2016 entre as 31 divisas mais importantes: avançou 27% ante o dólar, batendo os 18,3% do rublo, os 15,3% do iene e os 11,2% do rand sul-africano.

A proximidade do fim do prazo da lei de repatriação — 31 de outubro, daqui a uma semana — tem levado a uma forte entrada de recursos estrangeiros, afirmou Alvaro Bandeira, economista-chefe do Home Broker Modalmais. Só até a quarta-feira passada, a Receita Federal já havia arrecadado R$ 18,6 bilhões por meio da lei.

— O dólar pode ceder mais ainda e esbarrar em R$ 3. Porém, não acredito que ficará consistentemente por aí — disse o economista.

Para Solange Srour, economista da ARX Investimentos, o noticiário sobre a economia brasileiro, sobretudo na área fiscal, também vem animando os investidores. Um deles, citou, é o segundo turno da votação da PEC que estabelece o teto de gastos do Executivo federal, marcado para amanhã no Congresso.

— O comportamento do dólar está diretamente relacionado à expectativa de entrada de fluxo de recursos por conta da repatriação. Mas ele também se dá por conta de fundamentos domésticos. Temos um Banco Central mais comedido no corte de juros, e uma política fiscal conduzida e amparada pela confiança do mercado financeiro. A expectativa de votação sobre a PEC do teto de gastos amanhã, pro exemplo, é bastante positiva. Espera-se também que o governo encaminhe, após as eleições, a reforma da Previdência. Isso tudo representa melhora no ânimo.

Entre 3 e 20 de outubro, o fluxo de investidores estrangeiros na Bolsa ficou positivo em R$ 3,15 bilhões.

No mercado acionário, a Bolsa operou em alta durante a maior parte do dia e chegou a atingir maior cotação desde 2012, mas perdeu fôlego no fim do pregão puxado pela realização de lucros dos investidores que têm ações de bancos.

Na ponta de cima da tabela do pregão, deram contribuições positivas as ações de Vale e Petrobras. A mineradora encerrou com alta de de 2,84% na ação PN e de 1,95% na ON. Hoje, o minério de ferro avançou 0,95% com notícias sobre a redução da capacidade industrial da China.

Já a petroleira, , teve alta de 0,31%, no papel ON (ordinário, com direito a voto), cotado a R$ 19,38, e de 1,39% no PN (preferencial, sem direito a voto), a R$ 18,20. A valorização se deu apesar dos preços do petróleo, que cai após o Irã descartar a participação num acordo, entre os exportadores, para cortar a produção. Em Londres, o barril de Brent, referência para o mercado brasileiro, caiu 0,73%, a US$ 51,40.

No setor bancário, Banco do Brasil caiu 0,8%. O Bradesco perdeu 0,95%, e o Itaú Unibanco recuou 0,85%;

Apesar da leve queda de hoje, para a semana, a perspectiva é positiva na Bovespa, disse Paulo Figueiredo, diretor da assessoria de investimentos FN Capital.

— Segue em tendência de alta. A gente vê uma valorização de commodities, que impacta positivamente o valor das ações no Brasil — aponta. — Além disso, temos um cenário favorável, de avanços das reformas no Brasil. Também nos EUA há melhora do humor.

As bolsas internacionais operaram em alta, com investidores com os resultados dos balanços. Nos EUA, o Dow Jones ganhou 0,43%, e o S&P, 047%.

Na Europa, apesar da queda de 0,49% do FTSE 100 (Londres), o CAC 40 (Paris) ganhou 0,36%. O DAX (Frankfurt) registrou alta de 0,47%.

Os mercados chineses registraram alta de mais de 1% nesta segunda-feira, impulsionados por ações de empresas de recursos básicos diante de sinais de que os esforços do governo para reduzir o excesso de capacidade em indústrias como as de carvão e aço começavam a dar resultados. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve alta de 1,21%. O índice de Xangai também subiu 1,21%. O índice Nikkei, de Tóquio, avançou 0,29%. O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,98%. Em Xangai, o SSEC ganhou 1,21%. O Kospi, de Seul, teve valorização de 0,73%. Em Taiwan, o Taiex registrou alta de 0,17%. Em Cingapura, o Straits Times valorizou-se 0,90%. Em Sydney, o S&P/ASX 200 recuou 0,40%.


Siga-nos no
O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: Economia

+ Economia