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Dólar abre oscilando perto da estabilidade nesta segunda-feira (27)

Por Folha de São Paulo

27/05/2024 9h16 — em
Economia



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar oscilava perto da estabilidade frente ao real nas primeiras negociações desta segunda-feira (27). Às 9h05, a divisa à vista caía 0,05%, a R$ 5,165 na venda.

Movimento está em linha com moeda norte-americana no exterior, abrindo semana com divulgação de importantes dados de inflação no Brasil, Estados Unidos e Europa.

Na última sexta-feira (24), a Bolsa brasileira fechou em queda de 0,34% a 124.305 pontos, o sexto pregão consecutivo no negativo. Na semana, o Ibovespa acumulou perdas de 3%.

Já o dólar subiu 0,27%, cotado a R$ 5,167 na venda, acumulando avanço de 1,28% na semana.

A tônica dos mercados seguia sendo o rumo da taxa de juros dos Estados Unidos. Na quarta-feira passada, o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) mostrou cautela na condução da política monetária na ata de seu último encontro, que indicou que "vários" dirigentes têm considerado elevar os juros se a inflação não cair para a meta de 2%.

Esse tom, somado a dados desta semana que mostraram melhora na atividade empresarial dos EUA e preços mais altos de uma série de insumos, levaram operadores a adiar para dezembro a maioria das apostas sobre quando o banco central cortará os juros. Antes, a reunião de setembro era vista como a mais provável.

Em falas na última quinta, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afastou ainda mais a esperança de que os juros possam recuar em breve.

"Bostic afirmou que a política monetária tem sido menos eficaz em desacelerar o crescimento do que em ciclos anteriores. Podem ocorrer mais mudanças nas expectativas dos investidores hoje, já que os EUA encerram a semana com uma série de dados sobre bens duráveis e confiança do consumido", avaliam os economistas da Guide Investimentos em nota a clientes.

De acordo com o economista Michael Gapen, do Bank of America, os discursos de autoridades do Fed e a ata da última decisão de juros deixam claro que as surpresas de alta da inflação este ano, juntamente com uma atividade sólida, deverão tirar da mesa, por agora, os cortes nas taxas.

Em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira, ele ainda ponderou que também parece haver um forte consenso de que a política se encontra em território restritivo e, portanto, provavelmente também não serão necessários aumentos.

"Numa análise prospectiva, os cortes nas taxas poderão ser desencadeados pelo abrandamento da inflação ou por uma deterioração acentuada da atividade. Por outro lado, os aumentos provavelmente só entrarão em jogo se a inflação —ou as expectativas de inflação— aumentarem consideravelmente."

Na cena doméstica, Roberto Campos Neto afirmou que as expectativas de uma inflação mais alta têm sido uma má notícia para o BC, ressaltando que dados recentes também indicam uma piora na percepção de risco relacionado ao Brasil.

"Em termos de expectativas para a inflação, aqui tem sido uma notícia bastante ruim para o Banco Central", disse em palestra no X Seminário Anual de Política Monetária, promovido pela FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta sexta.

"Mais recentemente, a gente viu que as curvas longas (de juros) norte-americanas voltaram e a taxa terminal até voltou um pouco, mas o Brasil não melhorou quase nada. Então parece que nesse movimento a gente ficou um pouco na contramão do mundo emergente, o que sugere que se adicionou prêmio (de risco) específico de Brasil na curva", afirmou.

A principal função da taxa Selic é controlar o aumento de preços. Com a perspectiva de uma inflação mais alta, crescem os temores de que os juros podem encerrar o ano em um patamar maior do que o esperado –o que se reflete em aversão a riscos no Ibovespa.

Na cena corporativa, foi destaque a posse de Magda Chambriard como nova presidente da Petrobras, após aprovação do conselho de administração da estatal. Indicada para substituir Jean Paul Prates, ela recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a missão de acelerar investimentos para que a petroleira seja a principal indutora de emprego e renda no país.

"O perfil dela estará completamente alinhado às expectativas do governo e este, por sua vez, quer a Petrobras maior, gastando mais e distribuindo menos o lucro", diz Jefferson Laatus, estrategista-chefe da Laatus. "Na prática, a Petrobras com certeza pagará menos dividendos."

Em resposta à nova CEO, os papéis preferenciais da Petrobras recuaram 0,54%%; os ordinários, 0,34%.

O anúncio de cooperação entre as aéreas Gol e Azul, por outro lado, animou os mercados. O acordo de codeshare, no jargão empresarial, englobará mais de 150 destinos operados pelas duas companhias e as rotas envolvidas serão aquelas operadas por uma das companhias, e não pela outra.

Gol, fora do Ibovespa, disparou 11,90%; Azul, 5,18%.


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