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Começa a COP30 em Belém, Nubank faz reunião que culmina em 12 demissões e outros destaques do mercado

Por Folha de São Paulo

10/11/2025 7h45 — em
Economia



SÃP PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Começa a COP30 em Belém, Nubank serve torta de climão em reunião que culmina em 12 demissões por justa causa e outros destaques do mercado nesta segundao-feira (10).

**SINAL VERDE PARA A COP-E30**

A cúpula começa hoje e termina em 21 de novembro. Governantes, empresários, diplomatas, ativistas, legisladores e interessados no tema “mudanças climáticas” participam de palestras, mesas de discussão, reuniões e ativações no evento.

Lá, espera-se que as partes cheguem a acordos, assinem contratos e criem resoluções que impulsionem a luta global pelo meio ambiente.

Bom saber: pela primeira vez, o evento deixa de tratar de como impedir que o aumento da temperatura global ultrapasse 1,5 ºC e passa a discutir como fazer o planeta voltar a ficar abaixo desse limite.

AS PROPOSTAS

O governo brasileiro, anfitrião do evento, tenta emplacar planos que marquem a COP30 como uma reunião importante no setor.

A comitiva do Brasil propõe um “Pix do clima”: criar um sistema automatizado no qual países ricos enviem recursos para mitigar problemas climáticos, enquanto populações mais vulneráveis recebem dinheiro para amenizar o prejuízo que tiverem em decorrência do clima.

Perdas em desastres naturais, falta de água e alimento em estiagens e safras reduzidas são exemplos de consequências da devastação ambiental.

A ideia é integrar os vários mercados menores de créditos de carbono que existem ao redor do mundo em uma grande praça de negociação, um tipo de bolsa de valores do clima.

Esses mercados menores estabelecem tetos de emissões para empresas que devem comprar cotas do governo ou de outras companhias caso não cumpram as metas.

Um exemplo: se uma companhia emite mais poluentes do que deveria, ela pode comprar créditos de carbono de empresas que reflorestam ou fazem outras atividades que ajudam a equilibrar o meio ambiente.

📊 O Brasil quer criar regras comuns para as transações. A ideia é motivada, sobretudo, pelos planos dos europeus de taxar, a partir do ano que vem, mercadorias que entram em países do bloco conforme a sua pegada de carbono.

🧠 Pensando bem… o mercado de carbono não é consenso entre os estudiosos e defensores do clima como uma forma eficiente de avançar na preservação do planeta. Entenda melhor as críticas.

Por último, mas não menos importante, o governo brasileiro lançou o Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), um fundo para atrair investimentos internacionais destinados à preservação de biomas brasileiros.

Brasil, Indonésia, Noruega, Holanda e China confirmaram doações ou têm previsão de fazê-las.

O fundo pretende arrecadar US$ 25 bilhões de investimento público e US$ 100 bilhões de investimento privado.

Os lucros serão destinados à remuneração da conservação de florstrangeiras, como o Google e a Ikea, anunciaram investimentos em iniciativas de reflorestamento aqui —não necessariamente envolvidos com o TFFF.

Cantinho do pensamento. As COPs têm alcançado seus objetivos? Colunistas da Folha opinam sobre o potencial da cúpula anual em oferecer algum avanço na pauta ambiental global.

SIM

"Houve avanços significativos nestes 30 anos."

NÃO

"Uma carta de intenções que nunca foi cumprida."

[+] Durante a COP30, os repórteres da Folha que cobrem pautas ambientais escrevem uma newsletter sobre o que acontece na conferência. As edições já começaram, então é melhor o leitor ficar ligeiro e se inscrever.

**TORTA DE CLIMÃO)**

A forma mais simples de evitar confusões é não mudar nada. Afinal, mudanças são, muitas vezes, catalisadores de barracos. Na Faria Lima, não é diferente.

O anúncio de que o Nubank passará a cobrar maior presença dos funcionários no escritório não caiu bem para alguns. Um alvoroço culminou na demissão de 12 pessoas por justa causa.

REFRESCANDO A MEMÓRIA

Quem trabalha na fintech foi avisado na última quinta-feira que, a partir do próximo ano, deverá realizar expedientes presencialmente duas vezes por semana. Em 2027, serão três dias semanais no escritório.

TORTA DE CLIMÃO

A mudança foi comunicada por um email do CEO, David Vélez, encaminhado aos trabalhadores do banco. Na mensagem, ele diz entender que poderia haver “disrupção para parte dos funcionários”.

O executivo disse que responderia às dúvidas de seus empregados durante o coffee break —uma reunião que a companhia faz à tarde. Na quinta-feira, 7.000 dos 9.500 funcionários do Nubank participaram do encontro.

Parte dos trabalhadores não estava feliz com a novidade. Outra, já previa que a mudança viria em algum momento. Houve discussões acaloradas e trocas de insultos, segundo participantes ouvidos pela Folha em condição de anonimato.

NÃO ACABOU BEM

Na sexta-feira de manhã, a ressaca. Mais um email do chefe, dessa vez anunciando a demissão de 12 empregados. O recado previa o envio de advertências por escrito para “muitos outros funcionários”.

“Foi uma decisão difícil, mas nós impusemos um limite do que é desrespeito e agressão”, dizia a mensagem.

O banco criou ums “FAQ” para responder dúvidas dos colaboradores sobre o novo regime, site que virou um fórum para discutir o assunto.

Parando para pensar. Anunciar uma mudança de regime de trabalho que impacte o cotidiano das pessoas também é uma forma de ajuste de pessoal? Afinal, nem todo mundo topará o novo acordo e cabeças podem ficar pelo caminho.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

Tá quase. Os senadores americanos tentam ultrapassar as diferenças para encerrar o apagão do setor público dos EUA. Os parlamentares chegam a um acordo que pode terminar o “shutdown”.

Auxílio emergencial? Donald Trump afirmou que dará US$ 2.000 a americanos para amenizar o impacto do tarifaço.

É papel de quem? O governo Lula limitou a atuação da Anatel na fiscalização das big techs e da IA. Então, quem está de olho na questão?

Papo com CEO. Depois de cortar gastos e reduzir gôndolas, a Americanas quer mudar relação com fornecedor.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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